Blog •  16/04/2019

Três dicas para ganhar dinheiro com a pecuária

Autor: Hyberville Neto – Médico Veterinário, msc.
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Se aplicadas com consistência, essas dicas ajudam o pecuarista a obter resultados melhores na atividade.

 

Os primeiros meses do ano representam um período de promessas de mudanças, como ter uma alimentação mais saudável, incluir exercícios na rotina, entre outros planos que muitas vezes são deixados de lado antes mesmo do Carnaval.

Se você conseguiu superar esse período e está determinado(a) a obter lucro com pecuária, não deixe de conferir essas dicas que trouxemos aqui. Elas devem ser implementadas no negócio e utilizadas sempre, daqui em diante.

Os passos e sugestões a seguir, se adicionados à gestão da fazenda, tendem a melhorar os resultados da atividade. Confira:

1ª. Visualize seu negócio por inteiro e aproveite as oportunidades

Querer um valor maior pela arroba é regra entre os pecuaristas – e tem que ser. Quem vende quer receber mais pelo seu produto, não só na pecuária, mas em qualquer atividade.

A grande questão é que o pecuarista não tem poder sobre o mercado. Por vender uma commodity, ele não define o preço que receberá pelo produto.  Com isso, ele tem controle apenas sobre o momento da venda e os gastos e/ou investimentos, o que faz do controle dos custos uma ferramenta fundamental para a atividade.

Embora o pecuarista não estabeleça os preços, existe a alternativa de uso do mercado futuro, o que gera oportunidades para fixação de preços para a venda posterior com o uso da B3 (bolsa de mercadorias e valores), garantindo resultado.

No entanto, para saber se um preço futuro é interessante ou não, o produtor precisa conhecer seus números. De nada adianta achar uma cotação atrativa se não souber se ela cobre os seus custos ou se gera uma margem de lucro interessante.

Da mesma forma, conhecendo os custos de produção e a participação de cada componente no valor total, o fazendeiro consegue priorizar as ações na propriedade, focando primeiro na otimização dos itens que mais pesam no cenário geral.

2ª. Saber vender não é acertar na mosca

Os pecuaristas muitas vezes querem acertar o momento exato da venda, com os preços no maior patamar possível. Quem não quer falar para o vizinho que acertou na mosca?

Mais uma vez: é obvio que vender em valores maiores é algo a ser buscado. Esse é um ponto importante, mas a partir do momento em que a busca deixa de ser por patamares de preços interessantes e passa a ser pelo pico do mercado, aumenta a chance de uma venda malfeita.

Isso porque é comum o mercado subir de maneira mais gradativa com pecuaristas segurando o gado, mas os frigoríficos ficam resistentes a pagar mais.

A partir de um certo volume de oferta de boiadas, os frigoríficos conseguem alguma folga nas programações de abate e pressionam o mercado. Nesse momento, os pecuaristas que vinham segurando o gado no pasto decidem vender antes que os preços cedam mais, o que aumenta a disponibilidade de boiadas e a pressão de baixa no mercado.

Quem manteve o gado no pasto, à espera de preços melhores, não raramente acaba vendendo já com os preços mais frouxos.

Por isso, a indicação no momento da venda é ir aproveitando os preços firmes, vendendo lotes menores, enquanto o mercado está em alta. Com isso, o produtor acaba ficando com uma média de preços atrativa, sem o risco de tomar uma decisão ruim por querer “acertar na mosca”.

3ª. Fases ruins passam, e as boas também 

Os últimos anos foram de mercado mais fraco, com preços médios reais em queda.

Em 2006, nos piores preços do boi gordo desde o início da série, iniciada em 1970, quem continuou trabalhando para melhorar a produção tinha mais o que vender em 2008, com o mercado em alta. Assim também foi em 2012, com cenário desanimador, depois com valorizações em 2013 e 2014.

Da mesma forma, após os momentos de alta, é comum observarmos fases piores de preços. Por isso, a importância de visualizar a composição de custos da propriedade.

Por exemplo, em fases de alta, a compra de insumos fica mais atrativa, com melhoria do poder de compra das arrobas (moeda do produtor). Tende a ser um momento mais interessante para investimento em benfeitorias ou veículos, por exemplo.

Já a fase de baixa, com arroba mais barata, pode ser uma oportunidade para ampliar o estoque de gado na fazenda, para que estas se valorizem nas fases seguintes.

Cabe chamar atenção para o fato de que, mesmo com momentos mais ou menos atrativos para investimentos em determinada área, a busca da produtividade deve ser contínua, pois dilui custos fixos (depreciações) e indiretos, como mão de obra.

Fazendas mais produtivas passam melhor pelas fases ruins e amplificam os ganhos na alta.