Blog •  08/05/2019

O período seco do ano vem aí: o que isso significa para o seu pasto?

Autor:  Breno de Lima, Zootecnista.
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As estratégias para minimizar os efeitos da redução das chuvas sobre a produção pecuária devem ser planejadas com antecedência e baseadas em números e resultados.

As estratégias para minimizar os efeitos da redução das chuvas sobre a produção pecuária devem ser planejadas com antecedência e baseadas em números e resultados.

A seca se aproxima e esse período é caracterizado pela menor disponibilidade de forragem para os animais e pela queda do valor nutricional do capim.

Com isso, para manter a boiada engordando no pasto, o pecuarista deve fornecer, via suplementação, a quantidade de nutrientes exigidos pelos animais que a pastagem não consegue mais oferecer nesse período. A proteína é o principal nutriente que deve ser reposto.

O nível e a intensidade de reposição dos nutrientes podem variar de acordo com a estratégia de cada fazenda e situação/condições das áreas de pastagens.

Em sistemas em que são fornecidos alimentos concentrados com maior teor de proteína, como o semiconfinamento, o ganho de peso diário é maior, porém, o desembolso também é maior.  

Uma opção para desembolsar menos seria fornecer suplemento proteico (proteinado), pois a quantidade de proteína é menor comparada ao semiconfinamento. Nessa estratégia, o bovino consome diariamente entre 1 e 2 gramas de suplemento para cada quilo de peso vivo e o ganho de peso, geralmente, varia entre 200 e 400 gramas/dia, dependendo da qualidade do pasto.

Apesar dessas duas estratégias oferecerem ganhos de peso em pasto durante o período seco, a maioria dos pecuaristas não as adotam. Ainda é muito comum em nossa pecuária o fornecimento apenas de sal mineral para a boiada durante o ano todo, devido ao menor desembolso frente à suplementação proteica.

Vale lembrar que durante o período das águas, como as pastagens apresentam maior qualidade e teor de proteína, a suplementação mineral é suficiente para manter o gado engordando.

Porém, na seca, essa suplementação mineral, sozinha, não é mais suficiente para a engorda e, com muita boa vontade, os animais conseguem apenas manter o peso no período, fato que atrasa a terminação. É aí que mora o perigo, pois o barato de hoje pode sair caro amanhã.

Para exemplificar em números os efeitos de não utilizar a suplementação proteica na seca, preparamos uma simulação:

  • Considere que em uma mesma fazenda foram engordados dois lotes de bovinos a pasto. A entrada dos animais foi em maio de 2019, pesando 360 kg, em média. Os dois lotes receberão durante o período das águas (7 meses do ano) suplementação mineral, com ganho médio diário de 0,6 kg.

Entretanto, no período da seca (5 meses do ano), no lote A, os animais receberão suplementação proteica, o que resultará em um ganho médio diário (GMD) de 0,2 kg. Já no lote B, os animais continuarão recebendo suplementação mineral e o ganho de peso será nulo no período.

Dessa forma, considerando um rendimento de carcaça de 52% para os dois lotes, o lote A será terminado no fim de abril de 2020 com 18@. Já o lote B ficará na fazenda por mais sete meses e será terminado com as mesmas 18@ apenas no fim de novembro de 2020.

Tabela 1
Simulação de um sistema de engorda de bovinos, considerando duas estratégias de suplementação na seca.

Simulação de um sistema de engorda de bovinos, considerando duas estratégias de suplementação na seca.

Considerando que os custos fixos dessa operação foram iguais ao desembolso com arrendamento do pasto (R$ 30/cabeça/mês) e somando a eles os custos com sanidade, mão de obra e nutrição, o desembolso médio mensal do sistema B foi 14% menor do que o sistema A.

Porém, devido ao maior tempo de terminação e, consequentemente, maior desembolso por parte do pecuarista, o custo total da engorda do sistema B foi 36% maior em comparação ao sistema A. Na prática, o barato realmente poderia sair caro se o pecuarista optasse pelo sistema B.

Além do menor custo total, o sistema A também terá a vantagem de antecipar a entrada de um novo lote de animais na área, elevando a produtividade do sistema, ou seja, aumentando o número de arrobas produzidas por hectare no ano.

Conclusões

Aumentar a margem de lucro é o objetivo de qualquer empresa. Na pecuária, não é diferente, pois a fazenda é uma empresa rural e deve ser encarada como tal.

Com o passar dos anos, a margem da atividade se estreitou e a concorrência aumentou. Para sair na frente, além de combinar estratégias de negócio com mais tecnologia na propriedade, o pecuarista precisa continuar aprendendo.

Dessa forma, as estratégias para minimizar os efeitos do período seco do ano devem ser planejadas com antecedência e baseadas em números, em resultados.  Nem sempre a estratégia mais barata é aquela que garantirá o melhor resultado.

Faça as contas e pense no sistema como um todo, sempre lembrando que deixar de ganhar peso na seca atrasa a terminação dos animais e pode corroer a margem no final das contas.

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