Blog •  08/01/2021

4 dicas de atenção na escolha da semente de capim

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Feitos os cálculos de taxa de semeadura e a regulagem do maquinário, é possível iniciar a operação

A semente forrageira não é o insumo de maior peso no custo de formação de pastagens. Ela representa em torno de 10% a 20% do total, a depender do nível tecnológico aplicado. Mas a qualidade desse insumo tem impacto direto no resultado do investimento, pois, entre outros fatores, determina o bom estabelecimento das pastagens e a sua produtividade.

Alguns parâmetros nos ajudam a identificar se o produto é de qualidade e, consequentemente, auxiliam na escolha do produto adequado, sendo esses: germinação, pureza e o valor cultural (VC).

Germinação é a capacidade de uma semente gerar uma plântula normal, sendo que esse processo pode ser afetado por condições ambientais. A lei nº 10.711 determina que o valor mínimo de germinação para sementes do gênero Brachiaria (mais difundido) é de 60%.

A porcentagem de pureza se refere à proporção de sementes puras da cultivar desejada em relação à presença de impurezas físicas (pedras, folhas e outros materiais inertes) e impurezas varietais (sementes de outras espécies e cultivares). A lei citada acima considera para esse quesito valores mínimos que variam de 40% a 60%.

O valor cultural é um parâmetro que indica a qualidade da semente obtida por meio da fórmula:

  •  Valor Cultural (% VC) = (% germinação x % pureza) / 100, cujo resultado é expresso em porcentagem.

Portanto, se a semente possui alto valor cultural, consequentemente tem um alto índice de germinação e de pureza, expressando uma alta qualidade do material.

Lembrando que nesse mercado ainda é muito grande o comércio de sementes piratas, sem controle de qualidade e que podem causar sérios problemas, como infestação por outras plantas indesejadas, pragas e doenças.

4 passos para a formação de pastagens

  • Preparo e correção do solo

A primeira operação é a amostragem de solo para análise, para posterior recomendação de correção e adubação. Feito isso, os próximos passos são a conservação do solo (curvas de nível, drenagem, etc.) e o preparo em si, aração e gradagem, fazendo a incorporação dos corretivos.

  • Escolha da cultivar

O primeiro fator a ser considerado é a adaptabilidade da cultivar a fatores climáticos, edáficos e a resistência a possíveis ataques de pragas e doenças. O segundo fator importante é o potencial produtivo aliado ao valor nutritivo, que deve ser adequado ao sistema empregado. A flexibilidade de uso pode ser um fator interessante a considerar, visto que a estacionalidade concentra maiores volumes de produção em períodos quentes e chuvosos e, se houver excesso, é possível utilizar técnicas de conservação para compensar o déficit da seca.

  • Cálculo de semeadura

Conhecendo o valor cultural da semente, podemos calcular a taxa de semeadura em quilos por hectare utilizando a seguinte formula:

  • Taxa de semeadura = (Ponto de Valor Cultural (PVC) / hectare) / % VC

Para conhecer o Ponto de Valor Cultural, pode-se, por exemplo, consultar a tabela publicada pela Embrapa, cujos números foram obtidos por meio de pesquisa.

Tabela 1.
Pontos de Valor Cultural por hectare (PVC/ha) da Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria decumbens em função do método de plantio e da profundidade de plantio.

Espécies

No sulco (PVC/ha)

A lanço (PVC/ha)

Profundidade (cm)

Brachiaria brizantha cv. Marandu

320

520

2 a 6

Brachiaria decumbens

300

600

2,5

Fonte: Embrapa/elaborado por Scot Consultoria

Observação: os estabelecimentos dessas referências foram obtidos por meio de pesquisas para determinar a quantidade de plantas por área, a partir da quantidade de sementes por peso, e a porcentagem que realmente se estabelece pós-semeadura.

Para um exemplo, foi considerado a semente da Brachiaria brizantha cv. Marandu, com Valor Cultural de 50%, com plantio a lanço. Logo:

  • Taxa de semeadura = 520 / 50 = 10,4 kg de sementes por hectare.

  • Semeadura

A época mais indicada para semeadura de forrageiras tropicais é o período das chuvas, geralmente entre o início de novembro e meados de fevereiro.

Feitos os cálculos de taxa de semeadura e a regulagem do maquinário, é possível iniciar a operação.  A semeadura pode ser em linhas, com maquinário apropriado, ou a lanço, geralmente realizado com distribuidor pendular.

A incorporação/compactação das sementes é uma etapa importante, pois aumenta o contato da semente com o solo, resultando em maior velocidade e homogeneidade de emergência das plantas e, consequentemente, um melhor estabelecimento da pastagem.

A incorporação/compactação é fundamental nos sistemas de plantio a lanço, no qual as sementes do capim ficam expostas na superfície, sujeitas a diversas intempéries.

A profundidade ideal das sementes pode variar de acordo com a espécie forrageira e de acordo com o tipo de solo. De maneira geral, para as Brachiarias spp., a profundidade ideal fica em torno de 2 cm, podendo chegar a profundidades maiores em solos mais arenosos. A incorporação das sementes tem a função de garantir melhores condições de umidade e menor exposição à semente.

O uso de rolos compactadores também é uma prática comum, com a finalidade principal de eliminar os “bolsões” de ar entre as partículas de solo e a semente e, assim, promover um maior contato entre eles. Esse processo facilita o início da embebição das sementes, que é o processo físico relacionado às características de permeabilidade do tegumento e das propriedades dos coloides que constituem as sementes, cuja hidratação é uma de suas primeiras consequências, o que melhora o processo de germinação e estabelecimento do estande de plantas.

Concluída a formação/reforma, o manejo adequado é imprescindível para manutenção da qualidade da pastagem. A reposição de nutrientes por meio da adubação, a lotação animal adequada e o manejo de pragas e doenças são fundamentais para a garantia da qualidade da pastagem e a perenidade da cultura.

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Referências

DIAS-FILHO, M. B. Formação e manejo de pastagens. Circular técnico. Belém-PA, 2012. Acesso em: 26/10/202o <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/937485/1/OrientalComTec235.pdf>.

DIAS-FILHO, M. B. Formação e manejo de pastagens. Embrapa Amazônia Oriental, 2014. Acesso em: 27/10/2020 <http://www.diasfilho.com.br/Palestras/Formacao_Manejo_Pastagem_Moacyr_Dias-Filho.pdf>.

ZIMMER, A. H. et al. Escolha das forrageiras e qualidade das sementes. Embrapa, Campo Grande-MS, sd. Acesso em: 27/10/2020 https://www.embrapa.br/documents/1354377/1743380/Escolha-Forrageiras-Qualidade-Sementes-Ademir-Zimmer.pdf/9d07df31-f1b3-4eb5-be4b-15ef2e37aafe?version=1.0