A aguardente de cana é reconhecida como uma bebida de origem brasileira e tem ganhado cada vez mais status entre os apreciadores de destilados. Minas Gerais é o maior produtor da bebida no país e conta com uma gama de cachaças artesanais sofisticadas que vêm se destacando mundo afora. Segundo o Ministério da Agricultura, o estado tem 44% dos produtores do Brasil.
A diretora de marketing da Cachaça Salinas, Patrícia Medrado, conta que sua família produz a bebida há três gerações, em Salinas, no norte de Minas Gerais. “Antigamente os meus familiares se reuniam para fazer uma deliciosa cachaça artesanal, cuja fama trazia admiradores de toda a região em busca de uma dose. Essa tradição perdurou por anos e, só em 1986, ganhou o nome de Cachaça Salinas”, lembra orgulhosa.
A produção artesanal em território mineiro teria começado no fim do século 19, seguindo os rastros da atividade pecuária, na época do povoamento da região. Encarregados da lida com o gado teriam experiência na produção dessa bebida destilada. Naquele tempo, os trabalhadores já haviam notado que o solo era bom para o cultivo da cana-de-açúcar.
Com o passar dos anos, a experiência positiva com a plantação da cana proporcionou o surgimento de muito produtores que iniciaram essa atividade. Esse fato mudou totalmente o panorama econômico da região: a produção da aguardente passou a ter mais relevância. Desde então, a região de Salinas vem se consagrando como o maior polo de produção de cachaça artesanal do Brasil.
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Cachaça muito além de Minas Gerais
O engenheiro químico e proprietário da premiada Cachaça Companheira, Natanael Carli Bonicontro, afirma que não é só em Minas que tem aguardente boa. Em 1994, Jandaia do Sul, cidade localizada no norte do Paraná, foi o local escolhido por ele para a construção de um alambique. Isso porque lá as terras são de boa qualidade e o clima é favorável para produzir cana-de-açúcar. “Para a produção da Cachaça Companheira é escolhida uma variedade específica de cana que possui alto teor de açúcar e deve ser colhida exclusivamente no período mais gelado do ano”, conta.

Retirada de amostra da Cachaça Companheira
A Revista Cúpula da Cachaça fez o último Ranking da Cachaça em 2018, no qual classificou as melhores bebidas do Brasil. Confira aqui as três primeiras colocadas da categoria ouro: 1. Vale Verde 12 anos – Betim (MG) Bicampeã, essa cachaça tem personalidade e sabores complexos. O uso de madeira remete ao bourbon. Tem excelente final de boca. 2. Magnífica Reserva Soleira – Vassouras (RJ) Chamam a atenção as notas de especiarias e a baunilha, típicas do carvalho, além de um leve frutado. A acidez é equilibrada. Para ter na prateleira. 3. Companheira Extra Premium – Jandaia do Sul (PR) Tem uma textura muito aveludada. Passa o período ideal na madeira, não amarga e o retrogosto é diferente e interessante. |
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“Na fábrica da Cachaça Companheira o plantio é próprio, o processo de colheita é todo manual e sem queima do canavial. A colheita ocorre apenas no inverno, período mais propício para a concentração de açúcar e aumento do dulçor da cana-de-açúcar. O armazenamento pode chegar a até 12 anos”, explica Natanael.

Evolução da coloração da Cachaça Companheira
Já a Cachaça Salinas é pioneira em variações que deixam a bebida maturando em tonéis de madeiras diferentes, tais como: Bálsamo, Umburana, Ipê, Carvalho, Jequitibá, Jatobá, Castanheira, entre outros. “Essa estratégia de armazenamento partiu de uma série de experiências e experimentos para produzir cachaça para todos os paladares”, afirma Patrícia.

Tonéis de madeira da Cachaça Salinas
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