A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) desenvolveu um sistema de rastreabilidade animal, o Agri Trace, que pode trazer mais transparência ao processo produtivo.
O programa traz bonificação ao produtor rural e agrega valor de venda aos frigoríficos pelas carcaças certificadas, além de proporcionar garantias de qualidade e diferenciação ao consumidor final.
Confira como funciona o Agri Trace, qual a sua importância e como o produtor rural pode se cadastrar!
Como funciona o sistema de rastreabilidade
Segundo o Coordenador de Rastreabilidade da CNA, Paulo Costa, a certificação é realizada de maneiras diferentes dependendo das garantias estabelecidas no protocolo de rastreabilidade.
Para os protocolos de raças bovinas, o sistema funciona da seguinte forma:
- O produtor envia seus animais para abate em um dos frigoríficos credenciados pelo protocolo. Lá, de posse das informações do Guia de Trânsito Animal (GTA), um técnico certificador verifica se o produtor aderiu ao protocolo.
- O técnico também avalia os animais no curral do frigorífico, conferindo se o padrão racial é o mesmo definido no protocolo.
- Em seguida, é feita a verificação do sexo, da idade e da cobertura de gordura da carcaça, que é classificada de acordo com os critérios estabelecidos pela associação de criadores da raça em questão.
- Os cortes de carne provenientes das carcaças classificadas, então, recebem o selo do protocolo de rastreabilidade, atestando a sua proveniência e qualidade.
A cada abate certificado, os técnicos enviam as informações para o Agri Trace para validação pela equipe técnica da CNA e envio do resultado aos respectivos produtores.
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Em seguida, o produtor rural recebe a bonificação dos frigoríficos pelas carcaças certificadas, permitindo maior investimento em genética, além de manejo sanitário e alimentar mais adequados.
Benefícios do protocolo de certificação
O Coordenador de Rastreabilidade da CNA explica também que aderir a um programa de certificação de carnes traz vantagens tanto para produtores quanto para frigoríficos e, também, ao consumidor final.
“Para os produtores, a rastreabilidade aumenta a eficiência produtiva, pois permite maior controle de sua produção pelo monitoramento de índices como ganho de peso, consumo alimentar e taxa de desfrute do rebanho”, afirma Costa.
O agropecuarista também consegue obter informações como arrobas por hectares, o que pode ajudar a mensurar se a produção está gerando o lucro esperado.
Por sua vez, os frigoríficos se beneficiam das informações fornecidas pela rastreabilidade, como garantia do local de origem dos animais, sistema de produção no qual foram criados, insumos e eventuais medicamentos, manejo alimentar, entre outros dados. Esse volume de informações, aliado à avaliação interna do frigorífico, permite a diferenciação do preço da venda da carne devido à qualidade atestada pela rastreabilidade.
Já o consumidor, ao comprar o produto certificado, possui garantias de raça e procedência, além de informações como data, local e frigorífico no qual foi feito o corte.
Costa ressalta também que a rastreabilidade ajuda a combater o uso irregular de denominações de qualidade nos rótulos de produtos que não apresentam as devidas garantias e podem enganar o consumidor.
Como o produtor rural pode se cadastrar no Agri Trace?
O cadastro no Agri Trace é voluntário e inteiramente gratuito. Acessando o site do sistema, o produtor escolhe se quer realizar rastreabilidade da produção animal ou vegetal e visualiza informações relativas aos protocolos disponíveis, escolhendo o que atende às suas necessidades.
Caso o produtor se encaixe em mais de um protocolo, poderá aderir a vários, agregando ainda mais valor ao seu produto.
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