No mês que se encerrou, as precipitações tiveram déficit de 100 a 200 milímetros, em relação à média histórica, em boa parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do país.
No Sudeste e Nordeste, os volumes foram entre 50 e 100 milímetros menores que a normal climatológica para o período. Veja a figura 1.
Figura 1.
Desvios (anomalias) de chuvas em setembro/19, em milímetros.

Fonte: Inmet / Cptec
Aliás, desde o dia 23 de setembro, choveu apenas na região Norte do país, noroeste de Mato Grosso, norte do Tocantins e em uma faixa que vai do sul de Goiás até o Rio de janeiro, passando pelo Espírito Santo e litoral da Bahia. Veja a figura 2.
Figura 2.
Volume de chuvas no Brasil no acumulado de 23/9 a 3/10, em milímetros.

Fonte: Inmet / Cptec
Esse cenário continua atrasando a semeadura da safra de grãos 2019/2020.
Em Mato Grosso, 1,4% da área prevista de soja foi semeada até o final de setembro, frente a quase 5% da área plantada nesse mesmo período da safra passada. No Paraná, o plantio atingiu 10%, frente a 18% no ciclo anterior.
No caso da pecuária, a situação das pastagem está bastante crítica no Brasil Central. Em algumas áreas de Goiás, por exemplo, a estiagem tem prejudicado a produção de leite.
Com relação ao gado de corte, neste momento, a oferta de boiadas para abate é composta basicamente por animais de confinamento ou semiconfinamento, o que mantém os preços firmes.
Figura 3.
Previsão de chuvas no Brasil entre os dias 3 e 11 de outubro de 2019, em milímetros.

Fonte: USDA
Para o período do dia 3 a 11 de outubro (figura 3), as chuvas devem se concentrar na região Norte do país, porém, com maiores volumes de chuvas previstas também para Mato Grosso, o que deve colaborar com o avanço da safra.
Entretanto, de maneira geral, não estão previstas chuvas em grandes volumes nas demais áreas do país, ou seja, mantêm-se a preocupação com relação à evolução da safra e da capacidade de suporte das pastagens.
O atraso das chuvas tende a limitar os incrementos na retomada da produção de leite (safra). Para o mercado do boi, os preços devem seguir firmes, cenário típico para o período do ano, mesmo com um maior volume de bois de cocho chegando ao mercado.
Rafael Ribeiro – zootecnista, msc.
Scot Consultoria