Além da região Norte do país e do noroeste de Mato Grosso, choveu forte em Minas Gerais e no Espírito Santo nas últimas semanas.
Em alguns municípios, os volumes chegaram a 300-350 milímetros no acumulado até o dia 23, conforme apresentamos na figura 1.
Figura 1
Volume de chuvas acumulado no Brasil em janeiro/2020 (até o dia 23), em milímetros.

Fonte: CPTEC / INMET
A questão é que as chuvas foram concentradas, o que causou prejuízos a muitas cidades mineiras, capixabas e também a alguns municípios na região Centro-Oeste. Existe dificuldade de deslocamento e escoamento da produção, por exemplo, na coleta e transporte do leite e derivados ou do gado para abate.
Em alguns estados, como no Mato Grosso, especialmente no Norte/Noroeste do estado, o excesso de chuvas tem dificultado a entrada das máquinas para a colheita da soja (safra de verão) e para a semeadura do milho de segunda safra ou safra de inverno.
Veja, na figura 2, o mapa de chuvas acumuladas nos últimos cinco dias (19/1/2020 a 23/1/2020) no país.
Observe que, em alguns lugares do Brasil Central e da região Sudeste, choveu, nesse período, o equivalente ao volume previsto para o todo o mês de janeiro.
Figura 2
Volume de chuvas acumulado no Brasil em cinco dias (19/1/2020 a 23/1/2020), em milímetros, e normal climatológica para o mês de janeiro.

Fonte: CPTEC / INMET
Curto prazo
Em curto prazo, a previsão é de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste (Maranhão, Piauí e Oeste da Bahia).
Os volumes poderão chegar a 150-200 milímetros no acumulado entre os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro. A preocupação é com relação ao andamento da colheita e plantio da safra de grãos nessas regiões, já que o ritmo dos trabalhos poderá ser prejudicado, no caso de as chuvas não darem trégua.
No Rio Grande do Sul, a situação é diferente. Depois das precipitações verificadas na última semana, que trouxeram certo alívio aos agricultores e pecuaristas, a previsão é de menores volumes de chuvas nos próximos dias (figura 3), o que mantém o alerta nas áreas onde a falta de chuvas foi mais severa e as lavouras e pastagens foram mais afetadas.
Figura 3
Previsão de chuvas no Brasil entre os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020, em milímetros.

Fonte: USDA
E no médio e longo prazos?
Para o trimestre fevereiro, março e abril, a meteorologia aponta para chuvas acima da normal climatológica (média histórica) em boa parte das regiões Sul e Norte do país, além de São Paulo, Triângulo Mineiro e Mato Grosso do Sul, aonde os volumes poderão ser até 150-200 milímetros acima da média para o período.
Já nas áreas em amarelo/bege/vermelho na figura 4, que incluem o Norte e Leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, além de parte de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão, a previsão é de que as chuvas fiquem abaixo da média histórica nos próximos três meses.
Figura 4.
Previsão de anomalias (desvios) de chuvas no Brasil no trimestre fevereiro, março e abril de 2020, em milímetros.

Fonte: Inmet
Nessas regiões, aonde as chuvas serão menos intensas, a previsão é de temperaturas médias até 1,5ºC a 2ºC acima da média histórica para esse período. Veja a figura 5.
Figura 5.
Previsão de anomalias (desvios) de temperaturas no Brasil no trimestre fevereiro, março e abril de 2020, em milímetros.

Fonte: Inmet
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