Com novo modelo de gestão sustentável, fazenda mineira se torna mais produtiva
Inovações implantadas pelo jovem pecuarista Cássio F. Brant Abreu Filho tornaram a fazenda da família mais rentável e sustentável
Inovações implantadas pelo jovem pecuarista Cássio F. Brant Abreu Filho tornaram a fazenda da família mais rentável e sustentável
Cada vez mais exigentes, o mercado, a legislação e a sociedade cobram que a atividade pecuária siga práticas sustentáveis, para garantir que a produção não seja fruto de desmatamento de áreas ilegais ou que cause degradação ambiental.
Ser cada vez mais produtiva e sustentável é o objetivo da Fazenda Gibão, administrada pelo pecuarista Cássio Fernando Brant Abreu Filho, na cidade de Bocaiúva, no norte mineiro. Solteiro, aos 28 anos ele faz parte da terceira geração que administra a propriedade, que há décadas se dedica à pecuária.
“Meu avô tinha três fazendas e a Fazenda Gibão era a maior delas. Na divisão da herança, meu pai ficou com a maior parte, depois ele adquiriu umas partes menores dos outros herdeiros e a fazenda ficou só para nós”, conta o pecuarista.
Por administrar outra empresa da família, o pai de Cássio deixou a gestão da fazenda com o filho, que assumiu o negócio assim que se formou em medicina veterinária, há cinco anos. Com uma visão voltada à sustentabilidade, ele trouxe uma nova forma de pensar e conduzir a pecuária.
Cássio lembra que, na época de seu avô, a produção na fazenda era muito extensiva. O capim que alimentava o gado, por exemplo, era nativo e as mangas grandes, ou seja, o rebanho andava muito para beber água e perdia peso. Como resultado, a produtividade era bem menor, já que um boi demorava de quatro a cinco anos para engordar e ficar pronto para o abate.
“O gado ficava mais no mato, comia folha nativa e tinha aquele efeito sanfona, ganhando peso nas águas e perdendo na seca. Hoje a área de pastagem é bem dividida, o gado não anda tanto para beber água e a mineralização é boa. Com isso, é possível terminar um boi até dois anos”, afirma.
Na fazenda, ele faz o ciclo completo, com a cria, recria e engorda do boi Nelore, e também compra e vende gado em todas as fases. São 600 a 700 cabeças na época das águas, sendo que na época da seca a maioria destes animais são comercializados ou vão para o confinamento, seguido do abate.
Todos os 800 hectares da fazenda, fora a área de reserva, são destinados ao pasto. São três tipos de capim, a maior parte (80%) de Brachiaria marandu. Em áreas com terras mais fracas, é usado o capim-andropogon, e em um pequeno trecho, o capim-mombaça.
Na época das chuvas, o gado a pasto é intensificado, e depois, no período seco, vai para o cocho, de onde só sai para o abate. “Estamos focados em intensificar mais. Com pouco gado a pasto no período seco, conseguimos aliviar a área de pastagem na fazenda. Também temos mangas melhores, para melhorar a rotatividade do gado”, relata o pecuarista.
Uma das inovações na fazenda foi a implantação do sistema Lavoura-Pecuária, para reduzir a carga de gado a pasto na seca. Cássio reservou uma área de 40 hectares na fazenda, onde é feita a plantação de sorgo para silagem. “Escolhemos o sorgo por ser uma cultura mais resistente à escassez hídrica, mas este ano vamos experimentar uma área maior com capiaçu.”
As melhorias não param por aí. Ele também investiu na divisão de mangas e acesso a água, mineralização e suplementação do gado, além de construir uma estrutura para o maquinário, casa para funcionários e um novo curral. “Montamos uma minifábrica que produz a ração de confinamento na fazenda. Além de reduzir os custos, a fabricação própria permite controlar a qualidade da alimentação fornecida para o gado.”
Por meio de um projeto desenvolvido junto à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), pequenas barragens foram instaladas em quase toda a fazenda para ajudar a segurar a água e melhorar o lençol freático. Hoje, quase todas as mangas da fazenda contam com pequenas barragens e curvas de nível.
“Nas áreas onde fizemos as curvas de nível, corria muita água, deixando um rastro de erosão. Hoje já dá para perceber a mudança na vegetação de um ano para o outro, só de fazer esta melhoria”, conta.
Os produtos da Corteva Agriscience chegaram à Fazenda Gibão por meio de uma visita da equipe técnica da marca, no início deste ano. Cássio conta que já na experiência inicial teve bons resultados, e agora quer intensificar o combate no início do período das águas.
“A equipe da Corteva Agriscience é sempre muito prestativa, tira as dúvidas na hora e tem boa vontade para atender. Este ano ainda vamos usar muitos produtos da linha de pastagem, porque há muita brotação na fazenda”, destaca.
O combate às plantas invasoras é um desafio constante desde que Cássio assumiu a fazenda. Neste período, ele enfrentou diversas invasoras, como lagartas no sorgo, cigarrinha nas pastagens e o pulgão.
“Quase perdi toda a lavoura, que foi atingida por uma praga nova, que ninguém conhecia. Quando vi, o sorgo já estava todo amarelado e morrendo. Precisei correr contra o tempo. Se não fosse a equipe da Corteva Agriscience para me dar uma assistência, eu tinha perdido tudo.”
Para o pecuarista, aprender a resolver problemas é essencial para empreender no campo, já que isso faz parte do dia a dia da fazenda. Também é importante buscar a instrução de especialistas antes de tomar decisões. “A maneira antiga de trabalhar não funciona mais. Hoje é preciso trocar informações com pessoas da área e buscar a melhor opinião, porque errar é perder dinheiro”, enfatiza.
Gostou das inovações implantadas na Fazenda Gibão? E você, o que tem feito para inovar sua produção?