A produção de forragem em volume e qualidade é um dos principais desafios na atividade pecuária, seja ela de corte ou leite.
A busca por fornecer maior volume de forragem na dieta dos bovinos, principalmente, silagem de milho de alta qualidade e com boa digestibilidade, tem sido constante. Por isso, gostaríamos de relembrar alguns fatores que determinam que a qualidade da silagem se faz no campo. Ou seja, após a escolha do híbrido adequado e a época de plantio recomendada, a qualidade do plantio impacta na produtividade e na qualidade da silagem de milho.
A produtividade da silagem é guiada pela biomassa produzida em volume por hectare, bem como o conteúdo de amido na massa ensilada. Ambos são resultados da população de plantas estabelecida em número adequado para a época de plantio e híbrido escolhido.
A escolha do híbrido
Uma silagem de qualidade é resultado de uma lavoura de milho produtiva, com plantas de boa sanidade foliar, desenvolvidas em condições ambientais adequadas e com manejo agronômico apropriado.
Na escolha do híbrido, é fundamental atentar para as seguintes características:
1. Produtividade de grãos com estabilidade é resultado da adaptação e posicionamento correto do híbrido para a região. Além disso, a boa sanidade foliar maximiza a produção de grãos e da planta.
2. Produtividade de matéria seca de planta inteira em volume/ha com boa participação de grãos na massa ensilada é de fundamental importância para o sistema, otimiza custos e recursos do produtor. Um híbrido de porte alto, com peso total de planta em torno de um quilo (1 kg) com 35% de matéria seca no momento de corte e com a população adequada, resulta em elevada produtividade.
3. Como é preferencial a adoção de híbridos de porte mais alto, é muito importante atentar para a tolerância ao acamamento e quebramento. Ou seja, o híbrido a ser semeado para produção de silagem precisa apresentar boa qualidade de colmo e bom desenvolvimento radicular (raízes).
4. A qualidade forrageira é proveniente da digestibilidade da fibra em detergente neutro (DFDN), que interfere na ingestão de matéria seca. Não existem diferenças significativas entre os híbridos no que se refere à qualidade forrageira.
Condições adequadas para o plantio e desenvolvimento da cultura
As condições ambientais interferem não só na produtividade da planta em grãos e matéria seca, mas também na qualidade forrageira.
O crescimento e desenvolvimento da planta de milho são determinados pela temperatura, umidade e radiação solar e, por isso, o híbrido deve ser adaptado para a época de plantio da região em que a lavoura será conduzida.
É sabido que a planta de milho produz bem com temperaturas em torno de 28ºC e 30ºC durante o dia, e à noite com o mínimo de 18ºC, porém, de acordo com Hollinger, S. E. & Angel J. R. (2009), as temperaturas-limite denominadas como máximas e mínimas absolutas são:
1. Mínima absoluta: 10ºC
2. Mínima ótima: 18ºC
3. Máxima ótima: 33ºC
4. Máxima absoluta: 47ºC
A disponibilidade de água ideal para a boa produção da cultura deve estar em torno de 500 a 600 milímetros (mm).
No que se refere à interferência do ambiente na qualidade forrageira, a luz, a temperatura e a água interagem em vários estágios de desenvolvimento da planta. Por exemplo: estresse causado por excesso de chuva e com pouca luminosidade provoca “reforço” entre lignina e hemicelulose (fibras que constituem a parede celular das plantas). Esse reforço da lignina provoca uma queda na digestibilidade da fibra da silagem, reduzindo a qualidade forrageira.
Em condições de chuva limitada e alta luminosidade, a planta tende a não crescer muito, e a fibra tende a ter melhor digestibilidade.
É importante considerar que os principais fatores de rendimento de grãos, conforme citado por Nafziger (2004), são:
1. A correta deposição da semente no solo.
2. Adequado contato entre solo x semente.
3. Ambiente favorável ao desenvolvimento radicular.
Esses são os requisitos básicos e fundamentais para um adequado estabelecimento e desenvolvimento das plantas e, além disso, proporcionam a produção de uma espiga rentável.
Nielsen (2012) cita como fatores essenciais para uma emergência uniforme das plantas o calor, a umidade e o contato adequado da semente com o solo.
Considerando que a produtividade média e a qualidade de silagem no Brasil ainda tem grande espaço para crescer, a Pioneer desenvolveu a proposta da “Força da Silagem”, que é oferecer produtos, informações técnicas e serviços para auxiliar o produtor a obter silagem com alta qualidade e produtividade.
A Força da Silagem foi desenvolvida como um recurso a fornecer informações práticas e relevantes nos cinco mais importantes aspectos da produção de silagem: plantio, desenvolvimento, colheita, ensilagem e nutrição. A produção de silagem com rentabilidade, resulta da interação de cada um desses pontos ou fases mais importantes.
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Autor: Robson Fernando de Paula – Engenheiro Agrônomo