Em um ano sem Copa do Mundo e eleições, o mercado em geral caminhará dentro da sua normalidade, sem tantas interferências. Apesar disso, parte das incertezas continuam, no que diz respeito à evolução das reformas e seu consequente efeito na economia.
Para ajudar o pecuarista que vai vender gado na segunda metade do ano, fizemos um resumo dos principais pontos que devem ditar o ritmo das cotações da arroba em 2019, com destaque para o período.
Figura 1
Fatores que devem definir o mercado do boi gordo em 2019.

Fonte: Scot Consultoria
As projeções demonstram que 2019 será um ano de redução da disponibilidade de fêmeas, principalmente no primeiro semestre, quando a venda dessa categoria é mais concentrada. Esse é um fator positivo para os preços dos bovinos terminados, com maior efeito na primeira metade do ano.
Outro ponto fundamental, agora com mais importância na segunda metade do ano, é a situação da quantidade de gado confinado, responsável por parte importante da oferta na entressafra. As expectativas são de que os preços do milho cedam e os do boi gordo ganhem força nos próximos meses, o que traz projeções melhores para a atividade. Com isso, devemos ter aumento no volume de gado oriundo desse sistema.
Analisando a demanda, no cenário internacional, as exportações começaram o ano em bom ritmo. Em fevereiro, houve aumento de 17,3% no volume de carne bovina in natura embarcada, frente ao mesmo mês de 2018. Para o ano, devemos observar a continuidade desse cenário.
Quanto ao consumo interno de carne bovina, as expectativas são de melhoria, já que a economia vem apresentando sinais positivos: o PIB voltou a crescer em 2017 e 2018, embora ainda haja um grau de incerteza. Recentemente, abordamos esse tema em nossa plataforma no artigo O que 2018 nos diz sobre a pecuária brasileira.
Foco no segundo semestre
A partir do cenário apresentado, a expectativa é que o mercado do boi gordo trabalhe em ambiente positivo ao longo do ano. Com isso, devemos ter um segundo semestre de preços firmes. A figura 2 mostra as variações de preços do boi gordo, comparando as médias do primeiro e segundo semestres em cada ano.
Devido ao período de entressafra, as cotações tendem a subir na segunda metade do ano. Na média do período apresentado, a cotação média no segundo semestre foi 5,2% maior que no primeiro semestre. Veja em detalhes no gráfico abaixo.
Figura 2
Variações entre as cotações médias do primeiro e segundo semestres para o boi gordo em São Paulo.

Fonte: Scot Consultoria
Ou seja, além da sazonalidade típica no segundo semestre, o ano como um todo deve ser de preços firmes, pelos fatores citados anteriormente.
Para o planejamento do produtor que tem gado para vender na segunda metade do ano e que sabe o seu custo de produção, o mais provável é que as cotações estejam acima do patamar atual. Para quem não tem seu custo calculado, a leitura do texto Como calcular o custo da arroba do boi gordo é indicada.
É importante lembrar que, mesmo as projeções apontando para preços de venda mais otimistas, não se deve desperdiçar oportunidades que aparecem no mercado futuro para garantir a venda da boiada, como apresentado no texto Como garantir o preço de venda da boiada.
—
Autor: Hyberville Neto – Médico Veterinário
Muito bom .Presisamos estar atentos .
Com certeza, Victor. 😉 Continue acompanhando a sessão de mercado do nosso site. Assim você continua antenado às atualizações do mercado e aproveita as oportunidades: https://pastoextraordinario.com.br/categoria/solucoes/mercado/