Existe uma grande discussão entre a sociedade e o Agro quanto aos defensivos agrícolas e a forma de se manipular esses produtos.
Tudo que mal manipulado pode se tornar perigoso e letal, um canivete, muito útil para se descascar uma fruta, pode se tornar perigoso ou até mortal.
Vamos aqui analisar alguns pontos importantes:
1. Todos os defensivos agrícolas para serem adquiridos necessitam, obrigatoriamente, de um receituário agronômico, como a receita de um médico para se comprar um remédio.
2. Existem as categorias, dependendo da toxicidade do produto, verde, azul, amarela e vermelha, e faz-se necessário que o produtor, ou a pessoa que irá manipular o produto, conheça os cuidados necessários para se evitar problemas.
3. Quem vai aplicar o defensivo no campo deve obrigatoriamente usar uma EPI (Equipamento de Proteção Individual). Esse equipamento é composto de calça, camisa de manga comprida, luvas, máscara, óculos, botas e capuz.
4. No momento do transporte, o produto não pode ser carregado no interior do veículo, mas, sim, na carroceria (no caso de uma camionete). Deve-se, ainda, verificar se o produto não se encontra com a embalagem danificada.
5. Só aplicar o defensivo agrícola na lavoura quando for recomendado pelo engenheiro agrônomo, deve-se mostrar para ele o problema que se está enfrentando e seguir as orientações.
6. Guardar os defensivos agrícolas em local apropriado, onde somente pessoas autorizadas irão ter acesso. O depósito deve ficar em local livre de inundações e não próximo de fontes de água, conforme a Norma Regulamentadora (NR) 31, o local deve ficar no mínimo 30 metros de distância de moradias. A construção deve ser feita de tijolos e bem ventilada, deve-se colocar cartazes sinalizando o perigo, o piso deve ser de cimento e sem rachaduras. No local do armazenamento, deve ter um chuveiro e um lavador de olhos para uma emergência, além dos equipamentos de proteção individual – EPI.
7. O produtor deve manter o controle de entrada e saída dos produtos, onde foram aplicados, a data e a dosagem.
8. Quando a embalagem chega ao fim, o pecuarista deve lavar o recipiente três vezes, aproveitar o conteúdo e finalmente inutilizar a embalagem com um furo. A embalagem deve ser devolvida ao seu fornecedor para ser reciclada dentro das normas de segurança.
Vale destacar que o Brasil é campeão mundial de reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas!
Utilizar os defensivos agrícolas com responsabilidade, seguindo as normas já determinadas, e divulgar os números e os meios de produção. Esse é o caminho para uma produção pecuária sustentável, que gera créditos positivos para o setor!
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Autor: Wagner Pires, engenheiro agrônomo, pós-graduado em Pastagens pela ESALQ / USP. Consultor e CEO da Wagner Pires Consultoria & Treinamentos.