
O cenário de valorizações continuou ao longo de outubro, sem sinal de perda de força para o boi gordo.
A segunda quinzena de outubro foi de valorizações, não só para os bovinos terminados como também para a carne bovina no atacado, o que demonstra que o escoamento tem melhorado. O período mais próximo ao final do ano colabora com esse movimento.
Na média de todas as praças pesquisadas pela Scot Consultoria, a cotação do boi gordo subiu 6,2% ao longo de outubro. No mesmo intervalo, a carcaça bovina no atacado subiu 9,9%.
Até a quarta semana de outubro, as exportações de carne bovina in natura tiveram média diária de 8,16 mil toneladas, o que equivale a um aumento de 5,3% em comparação ao mesmo período de 2019. Em faturamento, a média diária foi de US$ 34,7 milhões, demonstrando um aumento de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado (Secex).
Acompanhando as valorizações, o mercado de reposição segue forte. Na média de todas as categorias e praças pesquisadas pela Scot Consultoria, a valorização em outubro foi de 6,2%.
Em São Paulo, por exemplo, a alta do boi magro foi de 15,9%, enquanto o bezerro de doze meses teve valorização de 3,8% ao longo de outubro.
Esse cenário de valorizações maiores para as categorias de reposição tem sido observado em diversas comparações e ameniza o efeito positivo para quem compra reposição. Em outras palavras, quem apenas vende o gado (cria e ciclo completo) viu os resultados melhorarem muito nos últimos dois anos, cenário que não é geral para quem precisa comprar bezerros ou outras categorias.
Expectativas
Ao longo de novembro, devemos ter um cenário positivo para as cotações do boi gordo, mas cabe a ressalva de que, mais para o final do mês e começo de dezembro, entramos naquele período no qual, para o mercado doméstico de final de ano, as programações já estão encaminhadas.
Com isso, é comum que ocorra uma redução da demanda por gado, mesmo que as exportações sigam em bom ritmo. Esta “acalmada” do comprador tende a gerar mais vendas por parte dos pecuaristas que vinham retendo os animais à espera de valorizações. Dessa maneira, é possível que ocorra um período de ajuste de preço, ainda que os fundamentos continuem positivos em médio prazo.
Por isso, a indicação é a de que o pecuarista aproveite as cotações em alta, seja para ir negociando o gado ou para travar as cotações de boiadas que serão entregues nos próximos meses. O contrato futuro para dezembro, por exemplo, tem trabalhado um valor R$ 15,00/@ acima das cotações atuais.
Garantir tal preço, negociando antecipadamente, pode ser uma boa estratégia, ainda mais quando consideramos que o mercado já está há mais de quatro meses em alta e que um ajuste é possível.
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Hyberville Neto – médico veterinário, msc.
Scot Consultoria