Mercado do couro verde e sua importância na pecuária de corte
Além da carne, o couro verde é destaque no comércio internacional dos produtos da pecuária de corte.
Além da carne, o couro verde é destaque no comércio internacional dos produtos da pecuária de corte.
O termo couro verde refere-se ao produto não curtido. Esse couro é vendido para os curtumes, que processam os couros ou peles e os vendem aos mais variados destinos.
Apesar da principal fonte de receita do frigorífico, sem dúvida, ser a venda da carne, sendo esse o objetivo principal da pecuária de corte, diversos outros produtos do abate ajudam a compor a receita da indústria, como os miúdos, o couro e o sebo.
No caso do couro, esse é um mercado importante, ainda que atualmente desvalorizado no começo da cadeia. A receita com o couro verde ajuda a fechar as contas da indústria, mesmo sem que ele (o couro) entre diretamente na precificação do boi gordo.
Normalmente, o preço pago ao produtor é relacionado ao peso de carcaça, como comentamos no artigo sobre a precificação do boi gordo, mas sem a venda dos miúdos e derivados, como o couro, a venda da carcaça (carne) não cobre o valor do boi gordo. No começo de julho, por exemplo, a receita com a venda da carcaça pagava o equivalente a 95,9% do preço pago pelo boi gordo.
Ou seja, embora não entre diretamente na conta, sem o couro e outros derivados, o preço do boi gordo provavelmente seria menor.
Na cadeia brasileira do couro, as exportações são importantes. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), compilados pelo CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), os embarques de couro bovino somaram US$ 1,44 bilhão em 2018, com 448,7 mil toneladas.
A título de comparação, as exportações de carne bovina in natura tiveram receita de US$ 5,6 bilhões. Ou seja, os embarques de couros equivalem a 25,7% das exportações de carne in natura, um peso importante.
O couro passa por alguns estágios antes de ser considerado o produto acabado, para uso na indústria. Antes de começar o curtimento, o produto pode ser negociado como salgado. O sal é uma das maneiras de conservação das peles.
O estágio seguinte é chamado wet blue, o primeiro no qual o couro é considerado curtido. O termo wet blue, que significa úmido e azul, está relacionado à cor dos sais de curtimento, que contêm cromo.
Depois dessa etapa, temos o couro crust, também chamado de semiacabado, e o acabado, pronto para ser usado em diversas indústrias, como a automotiva e a moveleira, por exemplo.
Em 2018, os maiores faturamentos com as exportações foram de couro acabado, que correspondeu a 62,7% do total, seguido pelo couro wet blue, com 21,1%.
Os principais clientes em valor foram a China, com 25,4%, seguida por Itália, com 17,3%, e Estados Unidos, com participação de 17,1% na receita.
Apesar de importante no cenário internacional e para a receita da indústria, essa relevância já foi maior. Isso porque as cotações do couro verde vendido pelo frigorífico estão em patamares historicamente baixos.
Como causas podemos citar alguns fatores, como a utilização de matérias-primas sintéticas na indústria calçadista, um dos principais usos das peles. Outro fator é a situação econômica brasileira, que afeta diretamente a demanda por diversos produtos de couro.
A figura 1 mostra a evolução dos preços do couro verde de primeira linha, já descontando o efeito da inflação. O termo “primeira linha” é usado para diferenciar os couros de melhor qualidade, geralmente oriundos de animais mais jovens e com processo de retirada mais eficiente no frigorífico.
Figura 1.
Evolução dos preços do couro verde de primeira linha no Brasil Central, em R$/kg, deflacionados.
Para ilustrar a receita, podemos tomar como base o peso de 45 quilos para um couro. Ou seja, por animal abatido, a receita atualmente está em R$ 22,50, com a cotação em torno de R$ 0,50/kg.
Observe que em alguns momentos, a cotação superou os R$ 4,00/kg, em valores atuais, o que equivale a mais de R$ 180,00 por couro (ou por bovino abatido). A título de comparação, esse valor cobriria o valor de uma arroba ao pecuarista com folga.
Com o aumento do uso de produtos sintéticos, é esperada uma redução da demanda no mercado do couro. Esta, inclusive, já tem sido observada e é uma das causas dos preços menores do derivado nos últimos anos.
De toda forma, como o objetivo principal da produção pecuária é a produção de carne, a produção de peles vai continuar. Com um possível patamar menor de preços, pode haver estímulo à manutenção da utilização desse produto, pela maior atratividade.
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Autor: Hyberville Neto – médico veterinário, msc.