Em julho, a atenção se volta para a entressafra e para a boiada de confinamento, que deve começar a chegar em maior volume a partir deste mês, com maior concentração tipicamente de setembro a novembro.
A expectativa é de mercado sustentado, com os preços mais aquecidos na primeira quinzena. Na segunda metade do mês, uma redução da demanda e, consequentemente, menor necessidade de adquirir matéria-prima (boi gordo).
Apesar do escoamento modesto no mercado interno, a exportação de carne bovina em bom ritmo tem dado sustentação às cotações e, com a demanda internacional de carne aquecida, sobretudo, da China, os embarques devem seguir em alta, pelo menos no curto prazo.
Além disso, na última sexta-feira de junho (28/6), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou a confirmação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. A tendência é que haja uma ampliação do volume de carne bovina destinado ao bloco europeu, mas isso deve ser observado no médio prazo.
Outra notícia importante para o setor é a possível volta de exportação de carne bovina aos Estados Unidos ainda em 2019.
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Apesar dessas notícias terem um impacto limitado no mercado físico do boi gordo, podem dar um fôlego aos contratos futuros, o que pode abrir oportunidades para o produtor.
Em curto prazo
Com dificuldade em alongar as programações de abate, a tendência é que os preços sigam firmes no curto prazo, a fim de atender à demanda de início de mês.
Por fim, vale chamar a atenção para os animais de confinamento, que já começaram a aparecer em maior volume, o que pode acalmar as altas no curto prazo.
Tivemos o autoembargo da exportação de carne bovina à China (devido ao incidente da doença da vaca louca atípica em Mato Grosso), o que fez com que os preços caíssem na primeira quinzena de junho.
A queda no preço do boi gordo derrubou o volume de negócios, porém, com a demanda interna deixando a desejar, os frigoríficos conseguiram trabalhar as primeiras duas semanas do mês com as escalas justas.
Já na segunda quinzena, com a volta das exportações para o país asiático e as programações de abate enxutas, o mercado do boi gordo ganhou força e as cotações retomaram o patamar do período pré-embargo em boa parte das regiões.
Um ponto importante foi a desova final de safra, que não impôs quedas intensas às cotações este ano. O prolongamento do período chuvoso colaborou com esse cenário.
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Autor: Felippe Reis – Zootecnista