A menor produção brasileira, a demanda aquecida, o dólar valorizado frente ao real, a seca na Argentina e a briga comercial entre os Estados Unidos e a China fizeram com que o preço do milho disparasse no primeiro semestre deste ano. Depois, veio a greve dos caminhoneiros, no final de maio, que contribuiu ainda mais para esse cenário.
Na região de Campinas, em São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria, a cotação, que estava em R$ 30,00 por saca de 60 quilos em janeiro, atingiu R$ 45,00 entre o final de maio e começo de junho. A alta foi de 50% no período (figura 1).
Figura 1
Preços do milho na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.
Fonte: Scot Consultoria.
Cenário atual e expectativas
A colheita da segunda safra nas principais regiões produtoras e a maior disponibilidade interna pressionaram as cotações para baixo, em julho.
Importante destacar que a segunda safra representa 70% da produção nacional e essa produção chega ao mercado normalmente a partir de junho (figura 2).
Figura 2
Produção de milho no Brasil na 1° e 2° safras, em milhões de toneladas.
Fonte: Conab/Elaboração Scot Consultoria.
Além da pressão provocada pela safra, os negócios estão devagar, em função da indefinição com relação ao tabelamento do frete rodoviário.
Em Campinas-SP, os preços recuaram para R$ 36,50 por saca em julho (4/7), com o peso da safra e menor liquidez.
Para o curto prazo (julho e agosto), a expectativa é de mercado frouxo, e quedas nos preços não estão descartadas.
Para o pecuarista que não adquiriu o milho para confinamento, a sugestão é aproveitar esse quadro de baixa em curto prazo, para a compra do cereal.
A partir de setembro/outubro, com a maior disponibilidade interna, as exportações historicamente ganham força. Este ano, não deverá ser diferente, principalmente, com o câmbio favorável aos embarques.
Ou seja, podemos assistir a uma retomada da sustentação das cotações do milho em médio prazo, no caso, puxada pela exportação.
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Autor: Rafael Ribeiro de Lima Filho – Zootecnista, msc.