A expectativa da Scot Consultoria é de um volume total entre 34,5 e 35 milhões de toneladas de adubos importados pelo Brasil em 2018, frente ao recorde registrado no ano passado, cujo volume foi de 34,44 milhões de toneladas
Figura 1
Entrega de adubos ao consumidor final no Brasil, em milhões de toneladas.
Expectativa
Essa maior movimentação no mercado interno, somada às valorizações do dólar em relação à moeda brasileira, é fator de sustentação dos preços dos fertilizantes até outubro/novembro.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço da ureia agrícola subiu 13,3% desde janeiro deste ano no estado de São Paulo e está custando 20,6% a mais na comparação com agosto de 2017.
Para o cloreto de potássio e o MAP, as altas foram de 23,0% e 19,4%, respectivamente, na comparação ano a ano (figura 2).
Figura 2
Evolução dos preços médios de fertilizantes em São Paulo, sem o frete, em R$ por tonelada.
É preciso considerar também a queda da produção nacional neste ano, o que aumenta a necessidade de importação para atender à demanda interna.
No caso dos fertilizantes potássicos, as importações representam mais de 90% do volume consumido no país. Enquanto as importações de nitrogenados e fosfatados variam entre 50% e 60% da demanda nacional.
A produção brasileira diminuiu 7% nos primeiros sete meses deste ano, em relação a igual período do ano passado (ANDA).
Além disso, o cenário de preços firmes no mercado internacional (oferta ajustada), a alta da cotação do petróleo e as especulações acerca da continuidade da produção de fertilizantes nitrogenados nas fábricas da Petrobras na Bahia e em Sergipe são fatores que “ajudam” na sustentação das cotações no mercado brasileiro.
Planejamento e estratégia de compra
Para o consumidor final, produtor de grãos ou pecuarista, a sugestão é monitorar o mercado e, sempre que possível e viável, antecipar as compras do insumo, buscando “fugir” desse cenário de maior movimentação decorrente da demanda para o plantio da safra de grãos, que é a balizadora do mercado de fertilizantes.
No caso das pastagens, os números da ANDA apontam para um consumo de 500 mil toneladas de fertilizantes. A declaração para uso do adubo em pastagens é muito baixa, sendo que normalmente os volumes destinados a essa finalidade acabam classificados como outra cultura.
No caso do pecuarista, que aduba as pastagens a partir de novembro/dezembro, quando as chuvas estão regulares e em maiores volumes, caso não seja possível antecipar as compras para meados do primeiro semestre, a sugestão é esperar o fim de ano ou a virada do ano e a queda na movimentação no mercado interno (menor demanda para a safra de grãos) para negociar.
Historicamente, em função dos estoques de passagem, as empresas misturadoras e/ou que comercializam fertilizantes fazem promoções, o que normalmente baixa as cotações na passagem de ano.
Para exemplificar, no final de 2017, os estoques de passagem somaram 5,53 milhões de toneladas, o equivalente a 16,1% do volume de adubo entregue no país (ANDA).
Para o pecuarista, pode ser uma oportunidade de compra a preços menores e redução dos custos de reforma ou formação das pastagens.
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