Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, foram abatidos 31,9 milhões de bovinos, aumento de 3,4% em comparação com o ano anterior.
A maior participação foi do Mato Grosso, com 5,22 milhões de cabeças, o que equivale a 16,4% do total naquele ano. Como vimos no artigo “Pecuária de corte e leite em números: rentabilidades em 2018 e 2019”, o estado possui também o maior rebanho bovino.
Na segunda posição, temos o Mato Grosso do Sul, com 10,3% do total, o que corresponde a 3,29 milhões de cabeças. Goiás e São Paulo aparecem na sequência, com 10,1% e 9,5% dos abates em 2018, respectivamente. A figura abaixo mostra a participação dos estados no total nacional.
Figura 1
Participação dos estados nos abates de bovinos em 2018.

Fonte: IBGE | Elaborado por Scot Consultoria
A bovinocultura de corte se concentra no Brasil Central, com o aumento de participação também dos estados do Norte nas últimas décadas.
No caso de São Paulo, mesmo com rebanho relativamente menor, há presença importante de confinamentos, e o gado é comprado em outros estados, além de frigoríficos que já trazem gado pronto para abate.
Produção de carne no Brasil e peso de carcaça
Considerando os dados do IBGE, foram produzidas 7,95 milhões de toneladas de carcaça, aumento de 3,6% em comparação com 2017.
Os destaques são os mesmos, com 17,5% da produção nacional no Mato Grosso, seguida por 10,4% no Mato Grosso do Sul, 10,3% em Goiás e 10,2% em São Paulo.
A partir do cruzamento dessas informações de produção e quantidade abatida, foram calculados os pesos médios de carcaça, em arrobas. O peso subiu 0,2% em 2018, atingindo 16,6 arrobas (equivalentes a 249 kg de carcaça).
No Mato Grosso, o peso médio foi de 17,8 arrobas, valor 7,1% maior que a média nacional. A figura abaixo ilustra as regiões com maior peso de carcaça.

Fonte: IBGE | Elaborado por Scot Consultoria
Vale destacar que o peso médio de carcaça, embora possua viés de alta com a melhoria da pecuária como um todo, oscila conforme a participação de fêmeas nos abates.
Essa participação de vacas e novilhas no total de bovinos abatidos, citada em outras análises, gera as mudanças de preços e o ciclo pecuário, além de reduzir o peso médio dos bovinos, quando elevada.
Considerações
Quanto aos abates, existe uma oscilação conforme a fase do ciclo pecuário. Mais fêmeas indo para o gancho nas fases de baixa de preços geram acréscimo nos abates totais, assim como fases de retenção do gado no pasto tendem a enxugar a oferta para a indústria.
Para o peso médio de carcaça dos bovinos, devido à pressão econômica sobre a pecuária (margens apertadas e necessidade de investimentos e ganhos em escala), a tendência é de aumento. O “encarecimento” relativo das categorias de reposição, como o bezerro, gera a necessidade de produção de mais arrobas por bovino, para garantir o poder de compra.
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Autor: Hyberville Neto – Médico Veterinário
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