O Mato Grosso é o estado com o maior rebanho de bovinos de corte do Brasil. O crescimento da produção na região tem demonstrado um perfil de produtor eficiente e sustentável, como já mostramos neste texto do blog.
Roberto Amaral, dono de três fazendas no Mato Grosso, é um dos pecuaristas que contribuíram para esse cenário tão favorável no estado. Neto e filho de pecuarista, sua trajetória nas fazendas teve início já na infância. Na época, a família tinha fazendas no triângulo mineiro, na região do município de Santa Vitória. Saudoso, Roberto lembra que estava presente nas fazendas sempre que possível: nas férias, feriados, e, principalmente, na época das vacinas. “Via meu pai trabalhar e observava sempre para poder aprender no dia a dia”, conta.
Aos 20 anos, o pecuarista parou os estudos e foi trabalhar com o pai. Aos 21, casou-se e continuou na fazenda. Logo em seguida, aos 23, Roberto comprou uma propriedade no município de Barra do Garças, no km 97 em direção à Nova Xavantina. Seu pai, José do Amaral, já tinha uma fazenda na região, onde Roberto se estabeleceu durante quatro anos. Durante esse período, nutria o desejo de ter uma terra melhor, em tamanho e qualidade. Foi quando, em 1997, em visita ao tio José Humberto Vilella, que morava no município de Cárceres, na divisa de Mato Grosso com a Bolívia, apaixonou-se pelas terras da região. Começou a andar pelos arredores na companhia do tio e de sua tia Edilza Teodoro Martins, que, segundo Roberto deram apoio como se fossem seus pais. Nesse momento, recebeu uma proposta em Barra do Garças, e então comprou a fazenda que hoje é chamada de Paraíso. Porém, em 2000, o pecuarista, sua esposa Renata e seus três filhos mudaram-se para o município de Cárceres, tão querido por Roberto.
Ainda em 2000, seu pai, ao conhecer a Fazenda Paraíso, gostou da região e comprou uma área de 4 mil hectares no município de Porto Esperidião: a Fazenda São João, deixando-a sob responsabilidade de Roberto. O pecuarista conta que a área, na época, era suja, encapoeirada e com pouca infraestrutura. Foi quando mais um desafio começou: dar vida à propriedade.
Com foco e determinação, em 2008, Roberto já havia terminado a melhoria das pastagens da fazenda. No início eram 11 pastos, que o pecuarista dividiu em 72 pastos com corredores, um curral com sede e retiro 1 (curral com casa e dormitório para funcionários) e retiro 2 (curral com casa para funcionários). Mesmo com tanto trabalho, no mesmo ano, resolveu arriscar ainda mais: adquiriu a fazenda Mucuri, no município de Porto Esperidião, em sociedade com o pai. Na época, também precisou repaginar a nova propriedade, da mesma forma como fez com a Fazenda São João.
Treze anos depois, foi feita a divisão da Fazenda São João entre Roberto e seu irmão. Na ocasião, seu pai deu como presente a possibilidade de escolher com qual parte da fazenda gostaria de ficar. Então, Roberto optou pela parte do fundo para o meio, hoje chamada Fazenda Nossa Senhora da Aparecida.
Ainda em 2013, começou a intensificar o trabalho na Fazenda Paraíso com adubação, sempre procurando aprender mais e aperfeiçoar a sua atividade. Hoje, Roberto tem uma mini fábrica de ração na fazenda, onde trabalha com semiconfinamento e confinamento. “Investindo mais na propriedade com rotacionado e adubações, você consegue ter uma rentabilidade maior”, afirma. Além disso, Roberto acredita que para a melhoria dos resultados “as medidas adotadas são foco e determinação”. Segundo ele, o potencial da Fazenda Paraíso se transformou por causa das divisórias para rotacionado, com as praças de alimentação.
Já na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, o manejo de rotacionado está sendo inserido, assim como o semiconfinamento no gado de corte. Além disso, Roberto conta que a criação de vacas Nelore começou junto com o pai e o sogro, mas hoje tem sido aprimorada: “meu gado é de uma excelente qualidade, recebo visitas sempre dos técnicos da ABCZ e da ANPC. Também trabalho com venda de touros, pois é muito prazeroso quando vemos a melhoria do gado ano a ano”. Pecuaristas como Roberto, que investem no uso da tecnologia nas propriedades, cooperam para a evolução dos índices de produção no estado do Mato Grosso.
A trajetória empreendedora de Roberto também levou seu filho Rodrigo, formado em Administração, às fazendas. “Hoje ele está presente, trabalhando comigo e sempre conversando para tomar as melhores decisões dentro do programa da propriedade”, conta o pecuarista. “O que eu sempre falo com meu filho é que, acima de tudo, é preciso ter responsabilidade, dedicação e humildade”, afirma. O pecuarista ressalta que é gratificante poder deixar esse legado aos filhos. Por fim, diz que a esposa é quem o acompanhou em todo esse percurso: “é minha companheira, uma guerreira”, declara.
Atualmente, Roberto é dono das fazendas Paraíso, Nossa Senhora da Aparecida e Mucuri, no município de Porto Esperidião, Mato Grosso.
Antes, o estado do Mato Grosso era visto como um local com uso reduzido de tecnologia. Hoje, a região ganhou destaque pela capacidade produtiva que começa por pastos livres de plantas invasoras. São histórias como a de Roberto que fizeram a diferença na região.
Um sonho: meus filhos sucessores Um lugar: na fazenda Uma raça de gado: Nelore A vida no campo: paz Fazenda: trabalho/prazer Uma lembrança: agradecer sempre Um desafio: conquistas |
Parabéns primo.
Dedicar, sonhar e realizar. Eis a receita
Assinamos embaixo, Alex!
Parabéns pelo sucesso e dedicação
Essa história é muito inspiradora, né Mauro? Conta pra gente: você também trabalha com pecuária?
Trabalho/Prazer
Oi Levimar, tudo bem? Você também trabalha com pecuária?