Aspectos nutricionais impactam diretamente na produtividade dos animais e na rentabilidade da propriedade
Saber se o rebanho está bem nutrido pode ser um desafio para o pecuarista e essa informação tem tudo a ver com a produtividade dos animais e, consequentemente, a rentabilidade do negócio. Mas o que é exigência nutricional? Como saber qual a necessidade de cada animal? O que é planejamento do manejo nutricional? Essas são apenas algumas das dúvidas que podem surgir quando o assunto é nutrição na pecuária.
Para esclarecer os principais pontos e ajudar você, pecuarista, a garantir a nutrição adequada dos animais da sua propriedade, convidamos o zootecnista Rodrigo da Costa Gomes, pesquisador em Nutrição Animal da Embrapa Gado de Corte, para falar sobre o tema.
Segundo Gomes, ter uma noção das exigências do rebanho e de suas diferentes categorias auxilia o gestor da propriedade a planejar e a tomar decisões relacionadas ao plano alimentar do rebanho, proporcionando mais precisão, eficiência e menor custo. “Ele verá a necessidade de se trabalhar as diferentes categorias separadamente, em diferentes lotes, e dedicar uma nutrição específica para cada lote, ajustada às suas exigências”, explica o especialista, que é mestre e doutor em Qualidade e Produtividade Animal pela FZEA/USP e atua na pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias na área de produção e nutrição de bovinos de corte há 12 anos.
O primeiro passo para o pecuarista saber, de forma simplificada, qual a necessidade nutricional dos animais, é separar o rebanho em três grupos – baixa, média e alta exigência. O zootecnista aponta que as bezerras e bezerros de até 12 meses e as fêmeas e machos de recria entre 13 e 24 meses de idade são classificados como de baixa exigência. Já as novilhas e vacas prenhes, mas não lactantes (sem bezerro ao pé), apresentam uma exigência intermediária. Os animais classificados como de alta exigência são os machos em terminação e vacas lactantes (com bezerro ao pé).
A nutrição dos bovinos impacta diretamente tanto nos resultados da produção dos animais quanto na rentabilidade do produtor. Gomes ressalta que há duas formas de demonstrar esse impacto. “Na primeira, podemos dizer que animais com maior exigência nutricional têm um custo de manutenção maior, já que eles demandam mais alimentos para se manter. Na segunda, nos referimos a como atendemos a exigência nutricional dos animais. Se atendemos apenas parcialmente, ou seja, não fornecemos a quantidade de nutrientes que precisam diariamente, a resposta em produção também será parcial, ou até mesmo nula. Uma vaca mal nutrida, por exemplo, pode se manter em uma condição corporal intermediária, mas pode também não se reproduzir ou se reproduzir de forma tardia e irregular, aumentando o custo do bezerro que ela produz e reduzindo a produtividade da fazenda”, observa.
O planejamento do manejo nutricional do rebanho deve considerar a variação que existe na produtividade e na qualidade das pastagens ao longo do ano. O zootecnista afirma que, no período de maior disponibilidade de chuvas e de maior qualidade das pastagens, o pasto deve ser manejado corretamente e deve ser feita a reposição de nutrientes para que os animais se alimentem de forragem e sejam suplementados apenas o suficiente para suprir as suas necessidades de minerais, energia e proteína.
O pecuarista também deve se planejar para a época seca do ano ainda nesse período, escolhendo uma área de pastagem para diferimento, ou seja, para manter livre de animais por 60 dias. O objetivo é acumular forragem para disponibilizar no momento da seca. “Já no período seco, o pecuarista deverá considerar que a pastagem já não dispõe da qualidade e da mesma massa de forragem do período das águas. Com isso, ele deverá intensificar o uso de estratégias de suplementação ou confinamento.
As suplementações proteica, proteico-energética e energética são práticas que podemos lançar mão para este período, utilizando grãos, farelos e coprodutos. A suplementação volumosa, com uso de silagem, feno ou capineiras picadas, é também uma excelente opção para uma suplementação mais barata e acessível”, orienta.
O aprimoramento do manejo nutricional do rebanho depende de fatores como o investimento constante na manutenção e na produtividade das pastagens. A Corteva Agriscience tem soluções inovadoras e eficientes, desenvolvidas com foco em auxiliar o produtor a manejar adequadamente as pastagens de sua propriedade e a superar os desafios que surgem devido à presença de plantas daninhas. Com um portfólio robusto de herbicidas, a empresa contribui para a produtividade e a sustentabilidade da pecuária. Conheça os produtos da Linha Pastagem da Corteva Agriscience.
Gomes destaca que, além da reforma de áreas de baixa produtividade, o pecuarista deve ajustar a lotação da fazenda de maneira rotineira para evitar o excesso de pastejo e também repor os nutrientes do solo, assegurando que as áreas permaneçam produtivas por mais tempo. “Essas práticas, naturalmente, terão reflexo na nutrição do rebanho, melhorando o atendimento das exigências nutricionais. Com esta base bem feita, o pecuarista deverá procurar investir, com orientação técnica adequada, na suplementação mineral constante e na suplementação proteica e proteico-energética, dependendo do objetivo e das condições do mercado. Em um terceiro passo, desde que tenha as condições apropriadas para isso, ele poderá avançar na sua tecnificação, adotando sistemas de confinamento e terminação intensiva a pasto”, conclui.
A Embrapa disponibiliza diversos materiais para orientar técnicos e produtores sobre as novas técnicas de manejo alimentar de bovinos de corte. O zootecnista Rodrigo da Costa Gomes indica para os pecuaristas conhecerem o Portal da Embrapa para acessar os materiais e também os protocolos de Condicionamento e o Embrapa +Precoce P14, voltados para a desmama de bezerros e para a produção precoce de bezerros. |
