Saiba como escolher o gado de corte mais adequado à sua fazenda
Confira as dicas de um especialista sobre qual raça optar entre as principais no Brasil
Confira as dicas de um especialista sobre qual raça optar entre as principais no Brasil
O Brasil é o maior exportador de carne bovina, segundo maior produtor e possui o segundo maior efetivo de bovinos, com cerca de 215 milhões de cabeças espalhadas pelas propriedades rurais brasileiras. O cenário atual da pecuária de corte no país apenas reforça o lugar da atividade entre as principais da economia nacional.
Nesse contexto, definir com qual raça trabalhar não está entre as tarefas mais fáceis para o pecuarista. Se você está exatamente nessa etapa, vai poder aproveitar a seleção que trazemos aqui com as principais raças no Brasil. Aproveitamos para conversar com o médico veterinário Caio Tristão, especialista em produção de ruminantes e reprodução de bovinos, para saber quais são as dicas e orientações para quem está começando na bovinocultura de corte. Acompanhe!
A raça de bovinos de corte mais predominante no Brasil tem origem indiana e é bastante procurada por produtores de carne. Principalmente pela excelente adaptação às regiões mais quentes do país e pela alta habilidade materna.
De origem europeia, produz carnes conhecidas pelo sabor e maciez. Alta fertilidade e precocidade estão entre suas principais qualidades – isso porque o gado atinge a puberdade e o estado de abate mais cedo.
É resultado do cruzamento das principais raças zebuínas, tem origem americana e apresenta fácil adaptação ao Brasil, além de ser ótima raça no cruzamento industrial.
Cruzamento entre angus e zebu, os destaques dessa raça são habilidade materna, precocidade sexual, marmoreio (gordura intramuscular insaturada visível saudável que se acumula dentro do músculo e entre os feixes de fibras musculares), fácil adaptação e alto ganho de peso.
De origem francesa, o forte da raça é a sua rusticidade, que permite fácil adaptação em locais com clima temperado, como a região Sul, por exemplo, na qual apresenta o seu maior rebanho (Rio Grande do Sul). O cruzamento industrial dessa raça com o Zebu foi feito justamente para aumentar a sua rusticidade.
De origem caribenha, fruto de cruzamento de raças britânica e africana e com grande rebanho nos Estados Unidos, apresenta acabamento de carcaça elevado e abate precoce, mesmo no pasto. Chegou ao Brasil em 2000 e, hoje, o país já é considerado referência quando o assunto é a genética desse gado.
Foto: Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT)
Cruzamento entre zebuínos, nelore, gir e guzerá, a raça nacional apresenta docilidade e alta fertilidade, além de bom ganho de peso, tanto em animais criados no pasto quanto em confinamento.
Dicas para quem está começando
Não existe uma regra para definir a melhor raça de gado de corte e sim uma variedade de fatores que devem ser analisados. O primeiro deles, na opinião do médico veterinário Caio Tristão, especialista em produção de ruminantes e reprodução de bovinos, é o que se vai produzir e com que recursos, em especial, nutricionais. “O que sabemos é que as raças zebuínas, como a Nelore, têm menor exigência de manutenção que as taurinas e seus sintéticos. Para se manter em regimes de produção mais extensivos (menor suporte nutricional, manejos sanitários menos intensificados), por exemplo, as raças zebuínas se enquadram melhor. Ao passo que, para desempenho em regimes mais intensificados, considerando a engorda em confinamento, as taurinas e seus compostos têm maior resposta”, explica Tristão. Ele acrescenta que, pela característica semiextensiva da pecuária brasileira, aproximadamente 65% de todo o rebanho de corte é nelore ou anelorado.
O ponto de partida quando se pensa em pecuária de corte, seja em qualquer fase do ciclo, é a nutrição. Na opinião de Caio Tristão os animais devem ter acesso a pastagens de boa qualidade, divididas da forma mais otimizada possível, como pastejo diferido ou rotacionado. Além de estratégias nutricionais para a seca (silagem, feno, suplementos proteinados) e boa aguada, ou seja, evitar as águas de cacimbas, procurando fornecimento em bebedouros, por exemplo. “Ainda assim, o manejo sanitário, que envolve as vacinações e estratégias antiparasitárias, deve ser definido para todas as categorias de animais do rebanho”, argumenta o veterinário.
Ao iniciar o trabalho com o rebanho, é importante focar em genética de qualidade e, segundo o veterinário Caio Tristão, isso independe da opção pela seleção de raça ou do uso do cruzamento industrial. “Neste início, é interessante que o pecuarista busque animais com avaliação genética adequada para o sistema de produção específico da sua propriedade rural”, recomenda. |
E você, com qual raça trabalha na sua fazenda? 🙂
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