Programa fornece capacitação, assistência técnica e acesso ao crédito aos produtores de bezerros, para que as fazendas se tornem rentáveis e produtivas
Considerado pioneiro na intensificação da produção de bezerros, o Programa Produção Sustentável de Bezerros, desenvolvido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), está transformando a pecuária de corte em mais 360 propriedades do Mato Grosso.
Com o fornecimento de assistência técnica, produtiva e ambiental, a iniciativa apoia e orienta produtores de bezerros, para que estes pecuaristas alcancem um novo patamar de sustentabilidade, contemplando os aspectos social, econômico e ambiental.
O programa se destaca pela intensificação da produção de bezerros, que permite aumentar a renda das famílias e a oferta de animais de qualidade, com o aumento da produtividade.
Conversamos com o consultor técnico da Acrimat e gestor do programa, Amado Oliveira Filho, que explicou ao Pasto Extraordinário como o programa funciona e quais os resultados obtidos até agora. Confira abaixo:
As propriedades são selecionadas em parceria com sindicatos rurais, lideranças regionais da Acrimat e com órgãos públicos com ações no setor, como o Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (INDEA) e a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
Segundo o gestor do programa, a primeira etapa é a realização de um amplo diagnóstico produtivo para identificar as demandas em cada propriedade que fará parte do programa. A partir dos resultados, são projetadas as consultorias técnicas nas áreas de produção e ambiental.
“Identificado o produtor, um consultor se desloca até a fazenda e realiza um amplo diagnóstico produtivo e ambiental. A partir da adesão formal deste produtor, a sua propriedade passa a receber assistências técnicas programadas, que seguem por três anos consecutivos.”
O objetivo final é intensificar a produção e melhorar a qualidade dos bezerros ofertados dentro do estado de Mato Grosso e também possibilitar a redução de custos na produção.
Atualmente, o programa está presente nos municípios de Paranatinga, Gaúcha do Norte e Ribeirão Cascalheira, na região do Araguaia, e também em Poxoréu e Cáceres, no Pantanal. Na região do Araguaia, o programa é financiado pela The Sustainable Trade Initiative - IDH (Iniciativa para o Comércio Sustentável) e pelo Grupo Carrefour, sendo a Acrimat a instituição implementadora.
“A meta inicial era a de 300 fazendas para a região do Araguaia. Até o mês de abril deste ano, conseguimos alcançar 301 fazendas recebendo as ações na região do Araguaia e 66 fazendas no município de Cáceres/Pantanal. Acreditamos que até o final deste ano teremos 100 propriedades participantes no Pantanal, com atendimento pleno dos objetivos do programa”, diz Oliveira Filho.
Nas cidades atendidas, já foram realizadas, sem qualquer custo para os produtores beneficiados:
Soluções previstas no programa:
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Para ser produtiva, a propriedade necessita de pastagens sem degradação e com capacidade de ofertar proteína aos animais. Por isso, o cuidado com o solo e o meio ambiente nas propriedades rurais recebe atenção especial no programa.
Esse trabalho é feito por meio de uma parceria com a Empaer, que realiza análises de solos para medir a qualidade das pastagens ofertadas aos animais. Com base nos resultados, os consultores orientam a recuperação ou reforma dos pastos das propriedades assistidas, dentro das possibilidades de cada produtor.
“Via de regra, os investimentos em reforma ou recuperação de pastagens são realizados por etapas e, muitas vezes, ocorreram situações em que a redivisão de tais pastagens era a ação mais indicada para aquele momento em função da capacidade de financiamento dos proprietários”, explica Oliveira Filho.
A estimativa é de que 583 mil toneladas de CO2 equivalente foram sequestradas da atmosfera com recuperação de Áreas de Preservação Ambiental (APPs), em 153 mil hectares em áreas de conservação relacionadas ao programa.
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O gestor do programa explica que a maioria dos pecuaristas que atuam no segmento de cria têm no fornecimento de pastagens o principal alimento para seus animais. A exceção são aqueles produtores que utilizam creep-feed (ração a coxo específica para bezerros).
Por isso, o manejo de pastagens tem papel fundamental na produção sustentável de bezerros e as pastagens recebem atenção especial. Ele conta que, ao longo da implementação do programa, a maioria das propriedades/produtores melhoraram suas pastagens, reformando, cercando e dividindo os pastos de forma planejada, com a orientação dos consultores.
“Testemunhamos ainda a mudança de paradigma dos produtores. É claro que ainda existe muito a fazer, porém aqueles que priorizaram investimentos em pastagens registram a produção de animais com maior qualidade”, afirma.
O sucesso do programa também se deve à disposição dos pecuaristas em aprender e adotar novas práticas. Oliveira observou que, durante a implementação do programa, a maioria dos produtores adotaram as orientações repassadas pelos consultores.
Uma das mudanças foi que eles passaram a eleger suas prioridades para melhorar as suas produtividades, entre elas a reforma de áreas de suas pastagens; melhoramento da qualidade de oferta de água aos animais; execução do plano de manejo sanitário e manejo de seu rebanho; e adoção do conjunto de Boas Práticas de Produção Animal.
“Uma importante mudança comportamental é a tomada de consciência da importância desse enorme contingente de produtores que atuam no segmento onde se inicia a produção de carne bovina, sem os quais seria muito difícil Mato Grosso ser o gigante produtivo, que permite que tenhamos disponibilidade de carne em quantidade e qualidade necessária para a população”, conclui.
Muitos produtores compreenderam que, assim como a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade ambiental tem papel relevante na produção de bovinos e que em muitas situações apenas o conhecimento do conceito e a prática de pequenas ações podem melhorar a qualidade da produção e do cenário ambiental.
Outro ponto observado foi que a presença dos consultores deu confiança nas tomadas de decisões, tanto na gestão da propriedade como nas ações desenvolvidas. “Dentre tantas outras mudanças, vimos crescer a disponibilidade para a participação de eventos técnicos, permitindo assim as possibilidades de transferência de conhecimentos além da interação e troca de experiência entre os produtores”, conta.
O programa também colabora para as metas brasileiras declaradas pela ONU sob o Acordo de Paris, que incluem a restauração de pastos degradados, a redução do desmatamento e o incentivo à agricultura de baixo carbono.
A Corteva Agriscience acredita que sustentabilidade e produtividade na pecuária podem estar juntas. Por isso, a empresa criou a Plataforma-S, para apoiar os produtores e pecuaristas na busca pela sustentabilidade, fortalecendo assim o seu compromisso com o crescimento de uma pecuária mais sustentável no país.
Com diversas ações e inovações, a Plataforma-S impulsiona o pecuarista para o crescimento sustentável, preservando o seu negócio e aumentando a produtividade, com responsabilidade ambiental e social.
Os projetos da Plataforma-S abrangem desde a gestão da fazenda até a qualidade e o trato do pasto, e têm efeitos diretos na produtividade e no futuro do setor, porque afetam também os índices de desmatamento e emissão de gases que provocam o efeito estufa. São ações que valorizam os produtores que se dedicam às práticas sustentáveis, que oferecem suporte completo para melhorar a produtividade e assim terem maior rentabilidade na fazenda.
Saiba mais sobre a Plataforma-S.
