Blog •  17/04/2019

5 Passos para produzir uma silagem de qualidade

Autor:  Robson Fernando de Paula – Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade de Ponta Grossa (UEPG), e gerente de semente para pastagem na Corteva Agriscience™.
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Confira as principais etapas e ações relacionadas à produção de silagem de milho, segundo orientações disponíveis na plataforma Pioneer.

Destacamos os pontos de atenção e monitoramento por parte do pecuarista e da equipe envolvida na operação, que são fundamentais para a obtenção de um produto de boa qualidade e para o cumprimento dos prazos e do cronograma da fazenda.

1. Plantio

Engloba todas as ações que determinam que a qualidade da silagem se faz na lavoura, e temos que atentar desde o planejamento até a implantação da cultura de maneira uniforme e na população desejada. Isso significa estabelecer um padrão desejável de plantas produtivas.

No que se refere ao planejamento da lavoura, deve-se atentar para a escolha e época de plantio adequada ao posicionamento do híbrido e com as práticas de manejo adequadas, como dessecação antecipada, permitindo a implantação de uma área livre de pragas e plantas daninhas; qualidade de semeadura com velocidade adequada para garantir a deposição correta das sementes e fertilizantes no solo; espaçamento entre linhas e população de plantas; adubação condizente para altas produtividades e tratamento de semente industrial para contribuir no manejo integrado de pragas.

Tudo isso contribui para o estabelecimento de uma lavoura com emergência uniforme das plantas e com elevado potencial para se tornar uma silagem de alta qualidade.

2. Desenvolvimento

Considera todas as práticas de manejo e cuidados a partir da germinação e emergência das plantas na lavoura, desenvolvimento vegetativo, florescimento até o enchimento de grãos. Fatores ambientais como água, radiação solar e temperatura determinam o quanto a planta se desenvolve e o quanto irá produzir (Hollinger, S. E. & Angel J. R. 2009).

Em condições adequadas, a planta de milho irá expressar todo o seu potencial produtivo e a qualidade da silagem.

Dentre essas práticas, estão relacionadas o monitoramento e o controle de pragas iniciais, como percevejos e lagartas, evitando danos e perda de plantas, a adoção de um programa de controle de plantas daninhas, evitando problemas de fitotoxicidez de herbicidas, a adubação de cobertura para o fornecimento adequado de Nitrogênio e Potássio, nutrientes exportados em maior quantidade em lavouras de produção principalmente de silagem de planta inteira e que contribuem sobremaneira na produção elevada de matéria seca.

O controle de doenças foliares permite a manutenção da área foliar, permitindo que a planta use os recursos disponíveis para expressar um elevado potencial de produção. Plantas bem desenvolvidas, bem nutridas e livres de doenças favorecem a manutenção das folhas no terço inferior das plantas, o que resulta no prolongamento da janela de corte, contribuindo com o planejamento da operação de colheita bem como com a melhoria do valor nutricional da silagem.

3. Colheita

É fato que a colheita é um dos fatores de maior impacto na qualidade e na produtividade da silagem de milho. Portanto, o planejamento e a programação da operação de corte devem atender aos requisitos relacionados à planta na fase ideal de colheita.

A operação de corte que deve ocorrer quando a espiga apresentar 2/3 da linha do leite, ou seja, os grãos do terço médio da espiga já apresentam aproximadamente 70% do amido acumulado.

Dependendo do híbrido, condições climáticas e práticas de manejo a partir de 30 a 45 dias após o florescimento, a planta deverá estar se aproximando do ponto adequado de corte.

A colheita no momento correto da planta não só maximiza o valor nutricional como fornece açúcares fermentáveis que serão usados como fonte de energia para as bactérias que atuam no processo de fermentação.

Atenção também para o adequado processamento de grãos, pois somente trincar ou amassar os grãos não é suficiente, ou seja, é fundamental que, aproximadamente, 95% dos grãos sejam quebrados e que 70% sejam fracionados em partículas menores que ¼ do tamanho dos grãos ou em partículas menores de 4 mm. Com uma boa planta cortada ou colhida no momento correto, tamanho de partículas e processamento de grãos adequados são absolutamente fundamentais para se obter uma silagem de elevado valor nutricional.

4. Ensilagem

A fase da ensilagem tem por objetivo chamar a atenção que esse é um dos momentos mais críticos de todo o processo de confecção da silagem, pois se refere às boas práticas de acondicionamento, armazenagem e vedação do silo para garantir fermentação adequada à conservação e à manutenção da qualidade da biomassa trazida da lavoura.

O processo de fermentação pode ser simplificado em três fases: a fase aeróbica (com oxigênio), que ocorre durante a colheita e o enchimento do silo, seguida pela fase anaeróbica (sem oxigênio), condição que permite o crescimento de bactérias lácticas e a redução de pH, e, finalmente, retorna para a aeróbica com a abertura do silo e a retirada da silagem.

A umidade da planta e a compactação exercem um importante papel na redução da fase aeróbica no silo com a redução da porosidade e a expulsão do oxigênio que é indesejável para a fermentação adequada. A logística de transporte, o enchimento do silo e a compactação da biomassa a ser ensilada devem corresponder à capacidade de corte das máquinas, principalmente as forrageiras automotrizes.

A sincronização entre o enchimento, a compactação e a vedação do silo deve ser perfeita, pois é essa prática que garante o processo de fermentação adequado e que garantirá a qualidade da silagem.

5. Nutrição

Compreende as práticas de abertura e retirada da silagem e o manejo correto desta fase, é fundamental para manter a consistência e a alta qualidade da massa ensilada.

Com a abertura e a remoção da silagem, ocorrem fraturas na face do silo e isso permite a entrada de ar, o que favorece a atividade de bactérias aeróbicas e a consequente geração de calor na face do silo.

A retirada da silagem do silo, seja esse do tipo “trincheira” ou de “superfície”, deve ser mecânica, raspando a face da silagem de cima para baixo, retirando uma camada uniforme de no máximo 15 cm. É recomendável que sejam descartadas as camadas deterioradas por fungos da parte superior e lateral do silo antes de fornecer aos animais.

Cada uma dessas fases é fundamental no processo de produção de silagem de alta qualidade e com produtividade.

Para saber mais, acesse a plataforma Pioneer.

Referências bibliográficas
Hollinger, S. E. & Angel J. R. Illinois Agronomy Handbook, 24th Edition. University of Illinois, Champaign-Urbana. Illinois, 2009.

Nafziger, E. Illinois Agronomy Handbook, 24th Edition. University of Illinois, Champaign-Urbana. Illinois, 2009.
Nielsen, R. 2012. Comunicação verbal.