Blog •  20/03/2025

Relação de troca é importante indicador econômico na pecuária

Something went wrong. Please try again later...

Pecuarista pode ter melhores tomadas de decisão a partir da análise do seu poder de compra a partir da receita gerada pela venda do boi.

A relação de troca na pecuária é um indicador econômico que indica a capacidade de compra de um pecuarista ao vender o seu produto, ou seja, o boi gordo. A análise de seu histórico pode ser fundamental para a tomada de decisões do negócio.

De acordo com Felipe de Lima Junqueira Franco Fabbri, zootecnista, analista de mercado e coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot Consultoria, na relação de troca o pecuarista pode mensurar quanto do seu produto, no caso do boi gordo a medida é em arrobas, será necessário para comprar um insumo agrícola, por exemplo. 

Avaliar esta informação serve para identificar momentos mais atrativos para comprar determinado produto necessário para a atividade. Isso significa aproveitar oportunidades de compras menos onerosas, reduzindo os custos de produção e beneficiando o lucro da propriedade. 

SAIBA MAIS: Estação de monta: principais aspectos para garantir um bom retorno produtivo e financeiro

Relação de troca e fase de alta na pecuária: maior vantagem para o pecuarista 

Fabbri enfatiza que indicativos mostram que a pecuária de corte brasileira está no início de uma fase de alta dentro do seu ciclo pecuário de preços – que deve durar até 2027/2028. Durante esse período, a tendência é que a arroba do boi gordo tenha uma valorização expressiva. 

“Considerando que no último ciclo de alta (2019/2021) estivemos diante de um contexto de pandemia e o custo de tudo subiu, esperamos para o próximo ciclo de alta um quadro de pouco impacto negativo do lado da oferta dos produtos e uma acomodação para os preços de insumos como os defensivos e os fertilizantes, o que deve permear uma boa condição de relação de troca ao pecuarista”, afirma.

Entretanto, o câmbio é um ponto de atenção. Com a desvalorização do real frente ao dólar, o custo de produção dos insumos aumenta, pois a maior parte do processo produtivo leva em consideração a compra pela moeda norte-americana. “O que deve fazer com que os próximos anos sejam de oportunidade para o investimento no principal ativo do pecuarista, que é o pasto”, observa.

SAIBA MAIS: Expectativas do mercado do boi gordo para 2025

Relação de troca na prática

Felipe exemplifica uma relação de troca na pecuária com uma situação hipotética, na qual uma tonelada de milho tem o custo de R$ 1.000,00 na região do pecuarista e a arroba do boi gordo está apregoada em R$ 300,00. 

Para calcular a relação de troca entre o boi gordo e o milho é necessário dividir o preço do insumo (R$/t) pelo preço da arroba (R$/@). No caso deste exemplo, serão necessárias 3,3 arrobas de boi gordo para a compra do insumo.

“Supondo que o preço do milho subisse para R$ 1.200,00/t, mas a cotação da arroba do boi gordo permaneceu estável – neste caso, serão necessárias 4,0 arrobas de boi gordo. Ou seja, o poder de compra do pecuarista, neste caso, piorou. A relação de troca pode ser feita com vários outros insumos na atividade e, mantendo um histórico das informações, é possível identificar se o momento está mais ou menos atrativo à compra de determinado produto frente ao histórico da informação”, explica o zootecnista. 

Essa mesma linha de raciocínio pode ser aplicada para outras categorias de despesas, como sementes, defensivos agrícolas e herbicidas para limpar o pasto. 

Uma pastagem com manejo adequado, limpa e saudável vai resultar em um rebanho que ganha mais peso, aumentando a produtividade por hectare e a rentabilidade do pecuarista. Investir no pasto sempre será fundamental para o sucesso da atividade pecuária. 

LEIA TAMBÉM: Oportunidades de compra e venda de gado para o recriador

Fatores climáticos e a relação de troca

O clima pode interferir de maneira indireta na relação de troca, já que pode promover consequências para a pecuária como quebra de produção, aumento de preços de insumos e menor ganho diário por hectare (kg/ha) no sistema de pasto. 

“Uma pastagem com problema climático faz com que o peso de carcaça por bovino para a terminação leve mais tempo para chegar ou que seja necessário um abate mais leve – ou seja, há maior dificuldade para o meu aumento de ganho por hectares”, esclarece Fabbri.

Por outro lado, o zootecnista aponta que “há a possibilidade de uma boa conjuntura climática para a produção de grãos, abrindo espaço para um maior fluxo de navios para embarques de determinados produtos, podendo, indiretamente, tornar o frete mais oneroso e aumentar o preço de outros insumos, entre outras situações que o clima pode afetar a relação de troca”. 

Mais arrobas por hectare, mais saúde econômica 

A produtividade é, sem dúvida, um dos fatores mais importantes para a lucratividade da propriedade. “A associação de ganhos produtivos – mais arrobas produzidas por hectare – pode prover melhora na saúde econômica da pecuária, pois ‘sobra’ mais arrobas por hectare para maiores investimentos”, destaca Fabbri.

O especialista ressalta ainda que a estratégia de aumentar a quantidade de arrobas produzidas por hectare serve como uma blindagem para o pecuarista nos períodos de aumento de preços dos insumos ou em um ciclo de baixa da pecuária, e ainda assegura uma boa gestão de caixa durante a fase de alta.

LEIA TAMBÉM: Controle de plantas daninhas: caminho para uma pastagem produtiva

Uma das estratégias para garantir um pasto saudável e produtivo para o rebanho, resultando em uma alimentação mais nutritiva e maior ganho de peso dos animais, é fazer o manejo adequado com os herbicidas da Linha Pastagem da Corteva Agriscience.

Os produtos foram desenvolvidos para o pecuarista gerenciar os desafios com as plantas daninhas e restaurar a produtividade por hectare com tecnologia, eficiência e sustentabilidade para o meio ambiente. 

Conheça o portfólio completo da Linha Pastagem