Mais gado, menos pasto: conheça os benefícios do pastejo rotacionado
Maior produtividade, rentabilidade e sustentabilidade são alguns dos benefícios do sistema de pastejo baseado na divisão por piquetes
Maior produtividade, rentabilidade e sustentabilidade são alguns dos benefícios do sistema de pastejo baseado na divisão por piquetes
Para melhorar o desempenho animal e a lotação da fazenda, pecuaristas de diversas regiões do Brasil têm adotado o sistema de pastejo rotacionado. Além de aumentar a produtividade e a lucratividade, a estratégia contribui para a sustentabilidade da pecuária de corte e de leite.
O assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rafael Ribeiro, explica que o princípio básico desse sistema é a divisão da área de pastejo em áreas menores.
“Se há pelo menos duas áreas ou dois piquetes submetidos a períodos de descanso do capim e de ocupação pelo animal, já se trata de um pasto rotacionado. A ideia é sair de uma área extensiva, maior, para uma área onde você terá um melhor aproveitamento da forrageira.”
Segundo a Embrapa, o pastejo rotacionado compensa emissões de metano de até duas unidades animais por hectare (2UA/ha) ao remover gás carbônico da atmosfera e fixar no solo. Assim, a lotação em UA/ha aumenta junto com o sequestro de carbono, o que quase neutraliza as emissões de metano pelo rebanho.
O pastejo rotacionado possibilita uma quantidade maior de animais por área, ou seja, ele melhora o aproveitamento do capim e aumenta a taxa de lotação. Com mais cabeças por hectare, o principal ganho vem da intensificação do sistema, seja com mais leite produzido ou mais arrobas. O resultado é maior produtividade com menos pasto e maior receita.
“Embora o nível de investimento para o pastejo rotacionado seja muito maior em relação às áreas mais extensivas, o retorno também é maior. Este sistema permite que o pecuarista e o produtor tenham retorno financeiro para investir na manutenção do sistema”, destaca.
Um dos benefícios é a melhora da qualidade nutricional da pastagem oferecida ao gado. Ao reduzir a área em piquetes, há um melhor controle do crescimento e da qualidade da forrageira.
“O animal passa a consumir uma forragem de mais qualidade. Isso acontece porque se tem um maior aproveitamento da planta, que é consumida no seu melhor estado nutricional em termos de nutrientes e de quantidade”, diz Ribeiro.
Em áreas maiores, a tendência é que haja subpastejo, ou seja, áreas que serão amplamente pastejadas e áreas que vão ficar com o capim passando do ponto de corte, com nutrientes reduzidos.
Por outro lado, quando os animais são concentrados em uma área menor, é possível manter a altura ideal das plantas e seu estado fisiológico. “Uma alimentação melhor significa melhor nutrição e consequentemente melhores condições de vida para o animal. Além disso, a divisão em piquetes diminui a necessidade de locomoção do rebanho. Tudo isso contribui para o bem-estar animal.”
O pastejo rotacionado pode ser aplicado em propriedades de qualquer área, especialmente na pecuária de corte e de leite. Há rotacionados que chegam a 10, 20 piquetes, mas o sistema também se encaixa em propriedades pequenas, de um ou dois hectares.
“De acordo com o especialista, o primeiro passo é fazer uma análise da área, seguindo os pontos recomendados para qualquer cultura, como a análise do solo, correção da acidez (calagem), adubação e fertilização do solo. A escolha da semente, que também é fundamental, deve considerar questões como o clima da região, características do solo e relevo.”
“O planejamento deve contemplar corredores de manejo e uma estrutura de acordo com a quantidade de animais. A área de cocho e do suplemento mineral, a cerca e a estrutura dos bebedouros devem ser bem planejadas, para não prejudicar a suplementação e fornecimento de água.”
A mudança do sistema extensivo para o intensivo também vai exigir uma mão de obra mais especializada, que entenda sobre como deve ser feita a movimentação dos animais entre as áreas de piquete e, principalmente, com relação ao manejo da planta. “A capacitação é fundamental. Na medida em que se aumenta a intensificação, aumenta a necessidade de profissionalização, independentemente do tamanho da fazenda”, salienta.
Depois de escolher a forragem, o produtor deve calcular o volume de toneladas de matéria seca ou matéria verde disponíveis por ano, sempre considerando o período das águas ou da seca.
O planejamento deve levar em conta a categoria do animal que vai utilizar o pasto (cria, recria ou fase de terminação), já que isso afeta o consumo diário de forragem. Com base nestas informações, é possível estimar quantos animais podem ser colocados na área de pastejo.
A oferta de suplemento mineral ou proteico-energético também deve ser considerada, especialmente se o rebanho for maior e a quantidade de forragem não for suficiente.
O período de ocupação é determinado com base na altura do capim na entrada e saída dos animais. Hoje, em lotes de até 100 animais, a ocupação varia de 1 a 7 dias, que é o tempo que o capim leva para gerar uma folha nova.
“É preciso atentar para o desgaste da pastagem. Deixar o pasto baixo demais e permitir que o animal coma além da altura ideal diminui a quantidade de folhas e reduz a captação de luz. Isso favorece a competição com plantas daninhas, que podem aumentar, já que a área da pastagem foi reduzida.”
Quando a altura de saída é respeitada, há a preservação de uma quantidade de folhas suficiente para a rebrota do próximo pastejo. Esse cuidado é importante para favorecer as condições fisiológicas da planta e para que o seu crescimento não seja prejudicado, além de evitar o desgaste do solo e, em casos extremos, a erosão.
Quanto maior o desgaste da forrageira, maior é a tendência de degradação do solo. Também há um risco maior de invasão de plantas daninhas, que competem com luz, água e nutrientes, em relação à pastagem.
“Por ser um sistema mais intensivo, que busca maior produtividade e consequente maior lucratividade, não teria lógica investir na parte de solo e da planta e deixar de lado o controle da planta invasora. Por isso, o manejo de plantas daninhas na área de pasto rotacionado é fundamental”, ressalta o especialista.
Ribeiro destaca que o manejo de plantas daninhas passa pela identificação correta das espécies invasoras e, no caso de controle químico, da escolha do princípio ativo mais recomendado. Segundo ele, o nível de infestação é que vai determinar a melhor forma de controlar a planta invasora naquela área.
“Se você investir na fertilização do solo para um melhor desempenho da pastagem e deixar de lado o controle da planta invasora, praticamente está ignorando a concorrência dela pelo adubo e pelo fertilizante que você colocou na área, o que implica em maior custo”, conclui.
Para manter sua pastagem saudável e livre de plantas daninhas invasoras, é essencial escolher o herbicida para pastagem adequado. Neste contexto, o Tordon Ultra se destaca como uma solução confiável. O Tordon Ultra é um herbicida altamente eficaz projetado especificamente para o controle de plantas daninhas em pastagens, garantindo que o seu gado tenha acesso a uma área de alimentação de alta qualidade. Com sua capacidade comprovada de eliminar plantas indesejadas, o Tordon Ultra-S é a escolha preferida dos pecuaristas que buscam manter pastagens saudáveis e produtivas.