Cigarrinhas e lagartas: saiba como manter o seu pasto saudável
No início do ano, períodos de calor e de chuva trazem as condições ideais para a proliferação da cigarrinha-das-pastagens e favorecem o ataque de lagartas.
No início do ano, períodos de calor e de chuva trazem as condições ideais para a proliferação da cigarrinha-das-pastagens e favorecem o ataque de lagartas.
A produção de pasto de qualidade, que é a principal fonte de nutrição do gado no país, pode ser diretamente prejudicada se não houver a adoção de boas práticas de manejo de pastagem. Uma das consequências do manejo inadequado de pastagens é a criação de um ambiente favorável à infestação de pragas e plantas daninhas.
No Brasil, uma das principais pragas que afetam as pastagens na pecuária é a cigarrinha-da-pastagem. Além de diminuir o crescimento da forrageira, afetando a sua produção e qualidade, estes insetos podem favorecer e acelerar a degradação da pastagem. Outra praga com menor incidência, mas igualmente prejudicial ao pasto, são as lagartas das pastagens, capazes de devorar rapidamente imensas áreas produtivas em poucos dias.
Segundo a Embrapa, 25 cigarrinhas adultas por metro quadrado reduziram em 35% a produção de matéria seca de braquiária, em 10 dias. Na Região Norte, o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima (Iater) apontou que mais de 7.300 animais morreram por falta de forragens, atacadas por lagarta e percevejo, no primeiro semestre de 2024.
O início do ano, marcado por calor e chuva, traz as condições ideais para a proliferação da cigarrinha-das-pastagens, enquanto que as chuvas esporádicas, após um período quente e seco, favorecem o ataque de lagartas. Neste artigo você vai saber como identificar, controlar e evitar a proliferação dessas pragas no seu pasto.
O surgimento de cigarrinhas coincide com a estação chuvosa do ano, exatamente quando as forrageiras estão crescendo e os animais estão ganhando peso e condições para a reprodução e o abate.
No período seco, as cigarrinhas na fase de ovo permanecem no solo da pastagem, e resistem às condições adversas do meio ambiente, especialmente à baixa umidade. O embrião começa a se desenvolver no início do período das chuvas. Os maiores prejuízos à pastagem são causados quando elas se encontram na fase adulta.
As cigarrinhas-das-pastagens são insetos sugadores. Sua saliva tóxica, injetada durante a alimentação do adulto, interfere na atividade fotossintética da planta. A primeira reação observada na planta é a presença de pontos e/ou listras cloróticas, ou seja, a pastagem perde a coloração, passando a verde claro ou amarelado.
Esses sintomas podem evoluir para um quadro mais grave, com o surgimento de listras ou faixas necróticas. Em geral, as folhas atacadas pelas cigarrinhas morrem a partir das pontas, e depois ficam retorcidas. Os danos causados às plantas dependem da umidade do solo, sendo mais graves quando há deficiência hídrica.
“Quando o pecuarista realiza o controle de plantas daninhas em áreas infestadas por cigarrinhas, pode haver um agravamento dos sintomas já existentes na forrageira. O capim encontra-se debilitado e muitas vezes o pecuarista pensa que o herbicida aplicado causou a fitotoxidade na pastagem e resultou no aumento da necrose, acentuando os sintomas do ataque da cigarrinha”, explica o representante comercial da Corteva Agriscience™, Douglas Moreira.
As plantas atacadas conseguem rebrotar, mas até que isso aconteça o suporte da pastagem pode ser reduzido, obrigando o produtor a transferir os animais para pastagens menos atacadas. Além disso, pastagens atacadas pelas cigarrinhas podem apresentar qualidade inferior, com maior teor de fibra e redução na digestibilidade.
Sempre que possível, o controle das cigarrinhas-das-pastagens deve ser preventivo. A principal recomendação é investir no manejo adequado do pasto, eliminando as condições que favoreçam o desenvolvimento e sobrevivência de ovos e ninfas.
Outras formas de evitar a proliferação das cigarrinhas é o controle químico, com a aplicação de inseticidas logo no início da emergência dos adultos. Se o pasto já estiver amarelecido o efeito não será o mesmo.
O controle biológico pode ser feito usando o fungo Metarhizium anisopliae, disponível comercialmente. A vantagem dessa opção é que não é necessário retirar os animais da pastagem. Em ambos os casos, a escolha e a aplicação dos produtos deve ser acompanhada por um técnico especializado.
Selecionar gramíneas mais resistentes às cigarrinhas também é uma forma de prevenção. Esta é uma alternativa de fácil adoção e baixo custo, já que o controle será feito apenas por meio da compra das sementes de cultivares resistentes.
Áreas com pastagens bem manejadas, estabelecidas e mantidas em solos corrigidos e adubados, são menos vulneráveis ao ataque de insetos-praga, pois têm melhores condições para resistir às eventuais infestações. Por outro lado, a chance de infestação é muito maior em pastagens já degradadas.
As populações de cigarrinhas tendem a aumentar em pastagens viçosas e subutilizadas. Por isso, manejar as pastagens, ajustando a carga-animal de modo a evitar sobra de pasto é fundamental para diminuir a população dessas pragas. Além de ser sustentável, esta é uma prática barata e fácil de ser adotada pelo produtor.
A diminuição da altura da gramínea e da quantidade de palha acumulada ao nível do solo elimina as condições favoráveis ao desenvolvimento e sobrevivência de ovos e ninfas das cigarrinhas-das-pastagens.
Recomenda-se que as pastagens sejam vistoriadas quanto à infestação por cigarrinhas a partir do início das chuvas. Por meio do monitoramento da infestação, será possível constatar o início da emergência da cigarrinha adulta e, então, realizar o controle.
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As lagartas desfolhadoras são consideradas pragas ocasionais em pastagens, mas quando aparecem em grande quantidade, principalmente em época de estiagem com temperaturas elevadas, podem consumir rapidamente um grande volume de pasto. Elas roem rapidamente as folhas e comem continuamente até se transformarem em adultos, reduzindo a capacidade de suporte da pastagem.
As duas principais espécies de lagartas que atacam as pastagens são a lagarta militar (Spodoptera frugiperda) e a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes). A curuquerê é a espécie mais comum e mais voraz, que ataca vários tipos de gramíneas. Ela começa seu ataque com raspagem na face inferior das folhas jovens, em seguida corta as bordas.
Já a lagarta militar é menos frequente, mas igualmente voraz. No início, ela raspa as folhas, e à medida que se desenvolve, corta a partir do centro, deixando buracos nas folhas. A principal característica que a difere das outras lagartas é a presença de um Y invertido na cabeça.
O produtor geralmente não distingue entre as duas lagartas, mas a identificação correta da praga é importante, pois o controle da lagarta militar é mais difícil do que o da curuquerê.
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O monitoramento é a principal ferramenta para evitar prejuízos decorrentes do ataque de lagartas. Muitas vezes o manejo de lagartas em pastagens não é eficiente devido à perda do momento ideal de controle. Por isso, é fundamental que o produtor monitore as áreas com frequência, para conseguir identificar o problema logo em seus estágios iniciais.
As lagartas atacam no estabelecimento das pastagens e em pastagens estabelecidas, mas quando atacam áreas recém implantadas, no início da germinação, podem afetar o estabelecimento e a formação do pasto. Quanto mais tarde for detectado o impacto nas folhas, menor é a eficiência do controle, e o prejuízo pode ser muito maior.
Especialistas relatam que a fase ideal para manejo é quando as lagartas estão pequenas, causando apenas raspagens nas folhas. Um sinal de alerta é a presença de mariposas no pasto, pois cerca de 15 a 20 dias depois, lagartas começam a aparecer.
Ao identificar um surto de lagartas desfolhadoras, o pecuarista deve procurar assistência técnica ou orientação de um especialista em manejo e controle.
O controle pode ser feito com inseticida microbiano à base de Bacillus thuringiensis ou com inseticidas químicos. Mas atenção: ao utilizar estes produtos, esteja atento para a necessidade de retirada do gado da área pelo período recomendado pelo fabricante.
O ano de 2024 foi marcado por uma pressão maior de pragas, como lagartas e cigarrinhas da pastagem. Por isso, tão importante quanto o controle preventivo para evitar as pragas, é fazer o monitoramento de plantas daninhas.
“Isso previne perdas de produtividade e, automaticamente, ajuda a manter a qualidade da oferta de pasto, porque acaba com a matocompetição. Ou seja, eu elimino a invasora que estava competindo por água, luz e nutrientes, favorecendo o capim a perfilhar, o que vai refletir em uma maior produção de carne e leite”, explica Douglas Moreira.
O produtor deve atentar aos primeiros sinais da presença de invasoras no pasto, que, em geral, surgem depois das pragas, e podem igualmente gerar grandes perdas com a degradação da pastagem, afetando a produtividade do capim. “Com o monitoramento das pragas você começa a observar a intensidade de plantas daninhas e a classificá-las, para então fazer o planejamento e definir qual tecnologia poderá ser usada para controle eficiente delas”.
Com formulações concentradas e inovadoras, os herbicidas da Linha Pastagem da Corteva têm características específicas e por isso podem atender às necessidades diferentes de manejo de pastos. A Tecnologia Ultra-S é indicada para um controle mais eficiente e consistente em plantas daninhas anuais e bianuais. Por isso, é recomendada para reforma, recuperação e manutenção de pastagens.
Já a Tecnologia XT-S conta com uma formulação inovadora e oferece amplo espectro de controle de plantas daninhas em pastagens. Ela melhora a qualidade do pasto, refletindo na maior produção de carne e leite e, consequentemente, na redução da abertura de novas áreas, além de promover maior eficiência e praticidade no manejo do pasto.
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