Conheça a história de superação de José de Almeida Moraes, que saiu do sertão baiano para se tornar um pecuarista bem-sucedido em Goiás.
As dificuldades financeiras e a vida humilde, quase sem expectativas, no sertão da Bahia, não impediram o jovem José de Almeida Moraes de sonhar com um futuro melhor. Sem acesso a um ensino de qualidade, as oportunidades para que pudesse mudar sua condição de vida pareciam mínimas.
O trabalho árduo no campo, ao lado do pai, era insuficiente para o sustento da família. Mesmo assim, ele cultivava dentro do peito uma vontade imensa de sair pelo mundo e escrever uma nova história. “Meu pai era pobre, mas a gente nasceu diferente, com um interesse de ter o que tem hoje”, diz.
A virada começou no dia em que ele, enquanto trabalhava na roça, contou ao pai a decisão que havia tomado, “Meu pai eu vou embora, vou conhecer São Paulo”. Assim, o jovem se agarrou aos seus sonhos e partiu.
A trajetória na cidade grande não foi fácil. Na busca por uma oportunidade de trabalho e sustento para a família, chegou a vender espetinho de carne nas ruas de São Paulo. Os anos se passaram e, vencidas as dificuldades, chegou a hora de dar mais um passo.
“Eu disse para o meu filho: vamos ser fazendeiros em Goiás? Ele me perguntou se ele poderia cuidar da propriedade, e eu concordei. Então, compramos algumas terrinhas até chegar na fazenda que temos hoje”, relembra.
Em Goiás, Moraes começou do zero na atividade pecuária e logo os negócios se expandiram. Hoje, cerca de 30 anos depois, a Fazenda Vale do Boi, em Nova Crixás (GO), é referência na região pela sua atuação na Integração Lavoura-Pecuária e intensificação a pasto.
O trabalho na fazenda se profissionalizou com a chegada do atual gerente e genro de Moraes, Ruben de Pinho. O principal desafio foi reunir três propriedades da família, que somam cerca de 3.500 hectares. O sistema intensivo de criação é o de semiconfinamento (recria e engorda) e a terminação intensiva (TIP) a pasto e, posteriormente, confinamento.
Pinho conta que os investimentos em tecnologia começaram há pouco tempo. Uma das principais mudanças foi a implantação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária para aumentar a produtividade da área, há cinco anos.
“Viemos aqui para fazer um trabalho diferenciado e fomos aprendendo no dia a dia. No início, tínhamos em torno de 1.2 unidade animal por hectare e, depois que começamos a trabalhar com a Integração Lavoura-Pecuária, alcançamos 1.6 unidade animal por hectare aqui na fazenda”, diz o gerente, que trabalha com Moraes há duas décadas.
Fazenda Vale do Boi em Crixás (GO)
A região do Vale do Araguaia é caracterizada por um período de seca bastante severo, o que exige do pecuarista uma boa estratégia para passar essa fase com tranquilidade. Além de implantar a ILP, a fazenda adota o manejo do solo e faz a coleta para análise para ter uma recomendação de acordo com cada pasto, incluindo calagem, adubação e aplicação de herbicida.
O representante comercial da Corteva Agriscience que atende a região de Goiás, Rafael Rodrigues, conta que nos últimos dois anos a Fazenda Vale do Boi tem usado a Tecnologia Ultra-S para o controle de plantas anuais e bianuais.
“Com isso, eles conseguem eliminar a matocompetição da praga com o capim, aumentando a produção de pasto, que fica livre para absorver os nutrientes colocados no solo e expressar um potencial máximo produtivo do pasto”, conta Rodrigues.
O gerente da fazenda destaca a importância do acompanhamento técnico qualificado, que contribui muito na produtividade da fazenda. “A Corteva Agriscience tem nos ajudado bastante no acompanhamento e trabalho de controle de pragas e ervas daninhas para melhorar a pastagem”, diz Pinho.
O crescimento na produtividade da fazenda é resultado de diversas ações, como a adoção de tecnologia, uso de implementos mais modernos, cuidado com a saúde do solo e a preocupação com o meio ambiente e com os colaboradores, formando mão de obra qualificada.
“A gente procura dar conforto para os colaboradores, que são nossos amigos de trabalho, seja em relação à residência, ao maquinário e ao trabalho de um modo geral. Pensamos no futuro de todos, em conjunto, dentro da fazenda”, ressalta Pinho.
Para o representante da Corteva, o diferencial da fazenda é a paixão pela pecuária. “Fazendo o que gostam eles conseguem mostrar essa nova visão da pecuária, que é uma pecuária mais sustentável, onde é possível produzir mais em menos áreas, sem impactar o meio ambiente. É aliar a pecuária sustentável com a pecuária de alta produção”, diz ele.
"Eu gosto muito de ajudar. Eu poderia estar em casa, mas estou aqui acompanhando. Para mim, é tudo. Eu gosto muito de mexer com gado”, afirma o pecuarista José Alemiro de Moraes.
Integração Lavoura-Pecuária avança no BrasilGoiás, onde está localizada a Fazenda Vale do Boi, é o quinto estado do país em área com integração de sistemas produtivos. Segundo a Rede ILPF, formada por empresas privadas que apoiam a adoção de sistemas integrados, aproximadamente 7,7% da área cultivada no estado aplica a integração, o que equivale a 1,43 milhão de hectares. Em todo o país, já são 17,43 milhões de hectares cultivados com alguma modalidade de integração. Da safra 2015/2016 até a safra de 2020/2021 houve um aumento estimado de 52% de áreas com ILPF no país. Conheça alguns benefícios da Integração Lavoura-Pecuária:● Adoção de boas práticas agropecuárias; ● Renovação da pastagem; ● Recuperação do potencial produtivo das propriedades; ● Recuperação do solo e áreas degradadas; ● Mais eficiência no uso dos recursos naturais; ● Menor impacto sobre o meio ambiente; ● Maior eficiência com o uso de máquinas, equipamentos e mão de obra; ● Aumento da produção de grãos, carne e leite; ● Mais lucratividade ao produtor. |
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O Programa Pasto Extraordinário traz notícias, curiosidades e conteúdos especiais sobre manejo de pastagem, formação de pastagem e controle de ervas daninhas. Você também pode acompanhar entrevistas e conhecer histórias de sucesso e superação de outros pecuaristas.
