Em uma fazenda de recria e engorda, o produtor tem como objetivo aumentar ao máximo a produtividade do sistema para ter a maior receita possível. Mas, além da produção, o recriador trabalha com a comercialização dos animais, comprando bezerro e vendendo boi gordo.
Sendo assim, acertar no momento da compra e venda também pode alavancar o resultado financeiro da propriedade.
O que todo pecuarista deseja então é comprar o bezerro em um momento de baixa dos preços e vendê-lo como boi gordo em um momento de alta. Quando isso acontece há uma valorização (também chamado de ágio) das arrobas de bezerro que foram compradas. Veja no exemplo a seguir:
Tabela 1. Simulação do resultado da compra de arrobas de bezerro e venda de arrobas de boi gordo.

*valores nominais | Fonte: Scot Consultoria
Nessa situação, o pecuarista que fez a recria e engorda dos bezerros vendeu as arrobas de bezerros compradas com um ágio de 41,9%.
Lembrando que esse ágio de venda não garante o lucro, pois além das arrobas compradas, há também as arrobas produzidas dentro da fazenda para tornar o bezerro um boi gordo, e esse custo varia de propriedade para propriedade, podendo em alguns casos corroer o ágio do mercado.
Por outro lado, há ocasiões nas quais o pecuarista compra o bezerro em um momento de alta dos preços e o vende como boi gordo em um momento de baixa dos preços, gerando então uma desvalorização (chamado de deságio) das arrobas de bezerros compradas. Veja o exemplo na tabela abaixo.
Tabela 2. Simulação do resultado da compra de arrobas de bezerro e venda de arrobas de boi gordo.

*valores nominais | Fonte: Scot Consultoria
No segundo exemplo, o produtor que fez a recria e engorda dos bezerros vendeu as arrobas de bezerros compradas com um deságio de 13,9%.
Cabe ressaltar que esse pecuarista não necessariamente teve prejuízo na operação, pois durante a recria e engorda ele engordou o animal, produzindo mais arrobas dentro da fazenda que podem ter recuperado o deságio. Por isso, é importante ter uma produção intensificada, para conseguir resultados positivos mesmo em momentos difíceis do mercado.
Mas quando devo comprar e quando devo vender?
Como as compras de bezerro e vendas de boi gordo são feitas todos os anos, há momentos em que o recriador irá vender suas arrobas com ágio e momentos em que vai vender com deságio de mercado, isso é inevitável.
Mas o recriador pode aproveitar os momentos de alta para maximizar os lucros e se proteger nos momentos de queda.
Para isso é preciso entender como funciona a mecânica de preços tanto do bezerro quanto do boi gordo. Os preços de ambas as categorias são altamente correlacionados (se comportam de maneira similar) e são influenciados pelas oscilações do ciclo pecuário de preços.
As oscilações do ciclo acontecem quando os produtores descartam matrizes e diminuem a produção de bezerros porque estão tendo prejuízo na atividade ou quando retêm matrizes e aumentam a produção de bezerros porque estão tendo resultados positivos.
Essa decisão impacta em toda a cadeia de preços, desembocando na oferta de bois gordos e vacas gordas no mercado.
Ou seja, quando a arroba do boi gordo está em baixa é porque mais fêmeas estão sendo abatidas (gerando maior oferta) porque a atratividade da cria está menor devido à queda do preço do bezerro.
Portanto, depois de alguns anos, a oferta de bezerros no mercado será menor (porque as matrizes foram abatidas e deixaram de produzir) e o preço dessa categoria subirá; o criador então vai querer reter suas fêmeas na fazenda e produzir mais bezerros, diminuindo a oferta de matéria-prima para os frigoríficos, assim a arroba do boi gordo entra em um ciclo de alta dos preços.
Figura 1. Cotações da arroba do boi gordo e do bezerro de desmama (6@), em São Paulo, em valores reais deflacionados pelo IGP-DI.

Fonte: Scot Consultoria
O bezerro comprado em um momento de baixa tem grandes chances de ser vendido como boi gordo em um momento de alta, porém, o contrário também é verdadeiro e, para se manter vivo na atividade, o recriador deve ter resultado positivo na média dos anos que entregam ágio e dos anos que entregam deságio.
Nos momentos de valorização da arroba (ágio), o lucro deve ser administrado com cautela, sempre pensando que virão momentos em que a venda da arroba será com deságio.
Cada produtor tem seus compromissos financeiros, mas, se possível, o ideal é aproveitar o lucro da venda com ágio de mercado para fazer caixa, investir nas pastagens, maquinários e benfeitorias, assim, quando os preços do bezerro estiverem em baixa é possível aumentar a lotação da fazenda (aumentar o rebanho) a fim de ter o maior volume possível de animais para vender como boi gordo no próximo momento de alta.
Conclusões
Comprar na baixa e vender na alta ou comprar na alta e vender na baixa, independentemente do momento, o resultado financeiro da fazenda se faz da porteira pra dentro.
O mercado pode ajudar nos momentos de valorização e ser desafiador nos momentos de desvalorização, mas tudo isso pode ser driblado ou otimizado com o uso da tecnologia. Pois de nada adianta ter ajuda do mercado se a lição de casa não for feita.
O bezerro dentro de um sistema de recria e engorda é o item que representa a maior participação nos custos totais, com cerca de 60%, e comprar bem é tão benéfico quanto ser produtivo, mas as duas coisas juntas geram resultados ainda melhores.
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