Blog •  24/05/2024

Controle de plantas daninhas: caminho para uma pastagem produtiva

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O controle de plantas daninhas nas áreas de pastagem é fundamental para que as forrageiras sejam produtivas e forneçam capim com alta qualidade nutricional

O Brasil tem cerca de 160 milhões de hectares de pastagens, que ocupam quase metade das fazendas do país e alimentam mais de 200 milhões de animais – o maior rebanho de carne do mundo. Para que essas áreas de pastagem sejam produtivas e forneçam capim com alta qualidade nutricional, o manejo adequado de pastagem é uma prática indispensável. Com baixo investimento, essa prática pode beneficiar diretamente os resultados financeiros do pecuarista.  

No terceiro texto da série “Prosperando na pecuária com baixo investimento”, um especial para ajudar você a prosperar implementando práticas simples e de menor custo de produção, vamos falar sobre a importância de prevenir e controlar a presença indesejada de plantas daninhas no seu pasto. 

O Engenheiro Agrônomo e Mestre em Solos e Nutrição de plantas, Neivaldo Tunes Caceres destaca que o controle adequado das plantas daninhas marca o início do processo para uma pastagem produtiva. Um pasto livre de infestação por plantas daninhas faz com que a forrageira não tenha competidores pelos recursos naturais exigidos ao seu desenvolvimento, como espaço, água, luz solar e nutrientes. Dessa forma, ela pode expressar seu máximo potencial produtivo. 

“O controle eficiente de plantas daninhas também torna a pecuária sustentável, pois permite o aumento da capacidade de lotação das pastagens, a intensificação do sistema, exigindo menos área, que eventualmente poderia migrar para produção de grãos ou outros produtos agrícolas”. 

Quais os danos causados pelas plantas daninhas?

De acordo com Caceres, o principal dano causado pela presença de plantas daninhas é a perda de produtividade da pastagem, que pode reduzir em mais de 50% a capacidade de suporte animal. “Há outras perdas que o pecuarista não percebe, como a menor qualidade nutricional da forragem, devido à forrageira apresentar maior teor de fibra, com a piora da relação entre talo e folhas, resultante da competição das plantas daninhas com a pastagem”.  

A presença de plantas daninhas afeta ainda o pastejo dos animais, pois eles não conseguem acessar adequadamente as touceiras de capim, que precisam ter volume para uma coleta adequada durante o pastejo. “Nos locais onde há plantas daninhas, os animais não exploram a forragem, principalmente se apresentarem espinhos, sem contar ainda o caso das espécies que são tóxicas aos animais, levando à morte em inúmeras ocorrências”.

Por que as plantas daninhas se propagam? 

Diversos fatores influenciam no processo de degradação de uma pastagem, como a gramínea plantada não adaptada ao local, a falta de reposição de nutrientes, via calcário e fertilizantes, entre outros. Para o Engenheiro Agrônomo, o principal motivo para a presença ou aumento das plantas daninhas na pastagem vem de problemas de manejo inadequado da forragem, como subpastejo ou superpastejo de animais na área. 

“O superpastejo, principalmente, leva ao aparecimento de manchas de solo descoberto e nesse local as plantas daninhas se desenvolvem. Outro fator importante é o inadequado controle das plantas daninhas, predominantemente realizado por roçada, que é ineficaz e até multiplica o problema na pastagem”, pontua.  

Como evitar o avanço das plantas daninhas?

Entre as práticas fundamentais para evitar que a pastagem seja infestada pelas plantas daninhas estão o emprego de cultivares adaptados às condições de clima e solo do local, o uso de sementes de forrageiras de qualidade e na quantidade certa na formação, e a manutenção da fertilidade do solo. 

No dia a dia na fazenda, o pecuarista também deve ficar atento ao manejo adequado da pastagem, com lotações compatíveis com a disponibilidade de forragem, respeitando a entrada e a saída dos animais em função da altura do capim indicada para cada condição. 

Como fazer o controle de plantas daninhas? 

O método ideal de controle de plantas daninhas deve ser identificado por um profissional capacitado, que fará esse levantamento e recomendará de acordo com a necessidade específica do pecuarista, salienta Caceres.  

Como opções de métodos de controle, ele cita a aplicação foliar de herbicidas, de modo localizado ou em área total. Nas espécies de mais difícil controle (normalmente lenhosas ou arbóreas) é utilizada a aplicação localizada no toco após o corte, ou basal, no tronco, sem corte. Espécies palmáceas, como as pindobas, também são tratadas de modo localizado, em aplicação no ponto de crescimento de novas folhas, no chamado "olho" da planta.

O uso de herbicidas é recomendado sempre que se identifica que a presença de plantas daninhas está prejudicando a pastagem em relação a sua produtividade, e se observa a subexploração da forragem produzida na área pelos animais.

“O produto, ou a técnica ideal de controle a ser adotada será única em cada pasto, por isso é importante contar com a orientação de técnicos capacitados para identificar cada realidade e fazer uma recomendação coerente para cada necessidade específica, identificando o produto, a dose e a modalidade de uso ideais para cada caso”.

 

Passo a passo para um controle efetivo de plantas daninhas

O primeiro passo para um controle efetivo de plantas daninhas é a caracterização do problema, identificando o nível de infestação da área, quais as espécies presentes e o peso de cada uma no conjunto da infestação. Em seguida, esses dados vão embasar a construção de uma estratégia de controle que direcionará o tipo de aplicação, produto, dose e época de aplicação.

“Muitas vezes a estratégia compreende diferentes métodos de aplicação, que definimos como Programa de Controle de Plantas Daninhas. Em um primeiro momento, pode ser feita uma aplicação em área total onde algumas espécies ainda permanecem, diminuindo drasticamente a infestação geral. Depois, atacamos as plantas remanescentes com aplicações foliares localizadas, no toco ou basal”, explica. 

Caceres também deixa uma dica importante: “Uma vez limpa a área, é fundamental não errar no manejo de pastejos subsequentes pois, caso ocorram, teremos comprometido todo trabalho realizado”. 

Por onde começar o controle de plantas daninhas?

O controle de plantas daninhas inicia pelas áreas mais limpas, que demandam pouco esforço e investimentos menores. O pecuarista deve ter em mente que nunca deve perder o potencial produtivo da pastagem, trabalhando para que a área limpa permaneça assim. Posteriormente, ou em paralelo, ele deve avaliar as áreas em manutenção e, dentro de sua capacidade de investimento, montar um programa de controle de plantas daninhas para toda a propriedade. 

Outro aspecto importante indicado por Caceres é identificar quais áreas podem ser recuperadas. São aquelas pastagens que, apesar da alta infestação, possuem potencial de recuperação por terem capim suficiente para o fechamento da área, depois da eliminação da infestação das invasoras. “Essa estratégia é economicamente mais interessante, e o pasto possibilita de três a cinco meses a mais de pastejo do que se optar pela reforma”. 

Ele também alerta que, no caso da reforma de pastagem em áreas onde não é mais possível reverter o processo de degradação, o pecuarista nunca deve deixar de fazer o controle de plantas daninhas na formação, com a aplicação de herbicidas em área total, em um período máximo entre 30 e 45 dias após o plantio. “Esse controle precoce é capital para o bom estabelecimento da pastagem semeada, com um investimento muito interessante, representando, por vezes, menos de 5% dos custos da reforma”. 

Qual a época ideal para fazer o controle de plantas daninhas?

O controle de plantas daninhas pode e deve ser feito o ano todo. A diferença é que as aplicações foliares são indicadas para períodos com maiores umidade, fotoperíodo e temperatura, enquanto o período seco é mais adequado para aplicações no toco e basal. 

“Uma estratégia interessante é que a pastagem esteja livre da competição por plantas daninhas quando os fatores climáticos estejam favoráveis para o melhor desenvolvimento da forragem, ou seja, que na primavera e no alto verão já tenha sido feito o controle prévio das plantas daninhas. Assim, a pastagem poderá expressar seu máximo potencial produtivo, sem competição. Nessa condição, o pecuarista encontrará o melhor retorno do capital investido no combate às plantas daninhas na pastagem”, orienta Caceres. 

Controle de plantas daninhas com a Linha Pastagem 

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