Além dos benefícios para o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta, a integração aumenta as possibilidades de rentabilidade para o produtor.
A produção de alimentos enfrenta diversos desafios, especialmente nos aspectos relacionados à sustentabilidade do meio ambiente. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia importante para superar os obstáculos enfrentados pelo agronegócio, com vantagens ambientais, econômicas e sociais. De acordo com dados da Rede ILPF, a área estimada com ILPF no Brasil é de 17,43 milhões de hectares, sendo que cerca de 20% integra o componente florestal no sistema.
O eucalipto é a espécie florestal predominante nesse contexto. Até 2030, a Rede ILPF prevê atingir a meta de 35 milhões de hectares com o sistema ILPF. A expansão dos sistemas de ILPF pelo país possibilita o aumento de produtividade nas áreas já utilizadas pelos pecuaristas e agricultores, assegurando o cuidado com o meio ambiente e o crescimento econômico.
William Marchió, consultor em sustentabilidade no agro, explica que a ILPF faz parte das tecnologias do Grupo ABC (Agricultura de Baixo Carbono), sendo que a presença do componente florestal no sistema produtivo confere um elevado sequestro de carbono pelas árvores. Além disso, as florestas ajudam na conservação do solo ao evitar a erosão, funcionam como barreira contra o vento, reduzem a perda de água das pastagens e lavouras ao redor e melhoram a retenção hídrica do solo.
As árvores ainda contribuem para o bem-estar animal e a conservação da biodiversidade e amenizam os efeitos de climas extremos, como geadas, vendavais ou calor intenso.
O especialista destaca que a ILPF é considerada uma das principais tecnologias recomendadas para a recuperação de áreas degradadas, já que tem a capacidade de aliar a produção agropecuária à recuperação de mananciais de água, nascentes, reservas e áreas de proteção permanente, com a vantagem de aumentar a produtividade, refletindo no incremento da renda, que por sua vez ajuda a garantir que o produtor tenha condições de manter a recuperação e o cuidado dessas áreas.
No aspecto socioeconômico, que também integra as questões relacionadas à sustentabilidade, o consultor observa que o componente florestal pode gerar mais oportunidades de emprego e renda. É uma espécie de poupança verde que o produtor pode manter em sua propriedade.
Marchió destaca que o componente florestal inserido nos sistemas integrados de produção agropecuária tem uma alta capacidade de sequestro de carbono atmosférico, por meio da fotossíntese, transformando esse carbono livre em carbono fixado em caules e raízes. “Os sistemas integrados de produção agropecuária são uma das principais tecnologias do sistema ABC devido ao fato de aliarem o cultivo de grãos em plantio direto na palha e a manutenção de pastagens com altas produtividades, promovendo as “safras de raiz”, e também pela presença das árvores como principal componente sequestrador de carbono atmosférico. As florestas são importante ferramenta para mitigar as emissões que ocorrem nas fazendas pelo uso de combustíveis fósseis, aplicação de calcário e adubos nitrogenados e também pelas emissões entéricas de metano pelos bovinos”, esclarece.
A Corteva Agriscience desenvolveu a Plataforma-S, um conjunto de iniciativas ligadas à sustentabilidade com o objetivo de beneficiar produtores e consumidores por meio do cuidado com o meio ambiente, boas práticas e balanço do carbono, ações em pequenas propriedades, educação e oportunidades para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades. O programa conta com os projetos Pecuarista-S, Hectare-S, Escola-S e o Ambiental-S, todos voltados para a sustentabilidade na pecuária.
Saiba mais no site sobre a Plataforma-S.
