Blog •  10/04/2019

Nitrogênio na adubação de pastagens no período das águas

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Nitrogênio na adubação de pastagens no período das águas

O nitrogênio é essencial às plantas e é o nutriente que mais impacta no aumento de produção de forragem em pastagens de gramíneas forrageiras (capins).

Para que adubar as pastagens? Para fornecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta (capim), com objetivo de melhorar as condições do pasto quanto ao seu desenvolvimento e à sua composição.

O Nitrogênio (N) é essencial às plantas e possui efeito marcante na expansão de tecidos das partes aéreas (folhas) e subterrâneas (raízes), aumenta a tolerância da planta sob estresse provocado por déficit hídrico e por extremos de temperatura. É o nutriente que mais impacta no aumento de produção de forragem em pastagens de gramíneas forrageiras (capins).

Essa maior produtividade das pastagens permite ao pecuarista trabalhar com taxas de lotação animal maiores, ou seja, uma maior quantidade de bovinos ou unidade animal (UA) por hectare. 

Na adubação da pastagem, independentemente do nutriente que será aplicado é preciso que as etapas básicas de um programa de manejo da fertilidade do solo sejam executadas em sua íntegra.

Essa programa tem início com a escolha da área que terá seu solo corrigido e adubado, seguida da medição e do mapeamento dessa área, da amostragem do solo para análise, da análise laboratorial das amostras coletadas, da interpretação dos resultados e das recomendações de correção e adubação.

É importante também o planejamento do programa para os próximos 12 meses e a sua execução com as práticas corretivas e de adubação, com a escolha das fontes de fertilizantes, com a definição dos métodos de aplicação dos corretivos e adubos, finalizando com o orçamento e uma análise da viabilidade técnica e econômica desse programa. 

Especificamente para nitrogênio, que deve ser o último a ser aplicado, porque é o modulador da produção da pastagem, em linguagem figurada é o “acelerador” do processo.

Assim, ao recomendar a adubação com o elemento, o responsável pela recomendação deve estar seguro de que as deficiências de outros nutrientes já foram supridas. Isso porque o nitrogênio é o elemento mais caro em um programa de adubação, o que mais se perde sob várias formas, e as adubações com ele não deixam efeito residual no solo.

É preciso primeiro corrigir a acidez do solo já que a máxima assimilação de N ocorre em pH acima de 6 (em H2O) ou 5,5 (em CaCl2) e garantir o suprimento de fósforo (P), potássio (K) e enxofre (S), os quais têm efeitos sinérgicos com o N, ou seja, a disponibilidade desses elementos potencializam a resposta ao N. Para a máxima resposta ao N, as relações N:P, N:K e N:S devem estar em 10:1, 1:1 e 12:1, respectivamente.

Um passo a passo para a adubação nitrogenada da pastagem é o seguinte:

O técnico deve assessorar o produtor na definição da meta de produtividade da pastagem, quer seja em produção de forragem (kg de matéria seca/ha), produção de carne (kg de peso corporal ou arrobas/ha), ou produção de leite (litros ou kg de leite/ha), por exemplo.

Essa meta deve ser “pé no chão”, baseada nas condições climáticas da região em questão (volume e distribuição de chuvas, temperatura ambiente e balanço hídrico).

A definição da meta de produtividade possibilita o cálculo do nível de extração de N do solo (kg de N/ha/ano), com base na composição dos tecidos da planta (parte aérea e subterrânea).

Definido o nível de extração de N do solo, calculam-se as entradas de N no sistema, as quais são provenientes da atmosfera (carregado pelas chuvas); da matéria orgânica e do N mineral do solo; da morte e decomposição de tecidos mortos da planta; e da excreta animal (fezes e urina). Assim é possível calcular o balanço de N no sistema e, então, a dose do elemento que deverá ser aplicada por meio de adubação (kg/ha/ano) para alcançar uma meta específica.

Após o cálculo da dose de N total que será aplicada, é preciso definir o número de parcelas de adubação e a dose de N por parcela. A maior recuperação pela planta do N aplicado está na faixa de doses entre 40 a 60 kg de N/ha/aplicação, em média na dose de 50 kg. Assim se a dose total anual for de 100 kg de N/ha, planejam-se duas aplicações de 50 kg cada, enquanto que para uma dose total anual de 400 kg de N/ha, planejam-se oito aplicações de 50 kg cada.

Na sequência, é preciso definir qual a fonte do nutriente será usada para então prever o percentual de perdas. As fontes convencionais são o nitrato de amônio, o sulfato de amônio e a ureia. Essa última é a mais usada mundialmente por causa do seu menor custo por ponte de N, entretanto, é a que está mais sujeita às perdas, principalmente por volatilização. Em média, as perdas de N do nitrato, do sulfato e da ureia são 3,75%, 6,25% e 27,5% do nutriente aplicado, respectivamente.

Devido às maiores perdas de N da ureia, a pesquisa e a indústria internacional de fertilizantes vêm há décadas investindo pesado em tecnologias que reduzam essas perdas. Encontram-se no mercado a ureia recoberta por enxofre, recoberta por boro e cobre, a protegida com inibidor de uréase, e as de liberação controlada. As perdas médias dessas ureias “especiais” são de 7% do N aplicado.

A tomada de decisão da escolha da fonte de N é basicamente econômica. Chegando neste passo, o técnico deverá orientar o produtor quanto ao manejo de aplicação. A maior resposta ao N é na estação quente e chuvosa do ano, a qual, na maioria das regiões do Brasil, ocorre nas estações da primavera (outubro a dezembro) e verão (janeiro a março). Quando as fontes de N usadas são o nitrato ou o sulfato de amônio não há maiores preocupações com as condições de umidade do solo e a previsão de chuvas para a sua aplicação. Por outro lado, quando a fonte escolhida é a ureia convencional é preciso saber como manejar a aplicação dessa fonte para minimizar as perdas.

Quando os manejos da fertilidade do solo e da pastagem são executados corretamente esperam-se como eficiências do uso de N os seguintes valores:

A eficiência de uso de água (EUA), que varia entre 5 a 7 kg de matéria seca (MS)/mm de água em pastagens extensivas, é aumentada para 18 a 24 kg de MS/mm de água em pastagens adubadas com N.

No início de um programa de manejo da fertilidade de um solo, gastam-se 60 kg de N para produzir forragem para alimentar uma unidade animal (UA) durante um período chuvoso de seis meses. Com o passar dos anos, essa relação pode cair para 25 kg de N/UA. Assim, por exemplo, uma adubação com 200 kg/ha/ano produzirá forragem para alimentar 3,33 UA/ha num período chuvoso de seis meses, nos primeiros anos de manejo da fertilidade do solo, e 8 UA/ha quando a fertilidade do solo estiver construída.

A eficiência de uso de N para a produção animal pode alcançar valores acima de 3 kg de carne/kg de N. Assim, por exemplo, uma adubação com 200 kg/ha/ano tem potencial de produzir 600 kg de peso corporal ou 20 arrobas de peso corporal apenas no período chuvoso.

Autor: Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor de Forragicultura e Nutrição Animal no curso de Agronomia, de Forragicultura e Pastagens e Plantas Forrageiras no curso de Zootecnia nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); consultor associado da CONSUPEC – Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.

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