Blog •  02/02/2022

Plantas tóxicas nas pastagens: chumbinho (Lantana camara)

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Plantas tóxicas nas pastagens: chumbinho (Lantana camara)

Quando não controlada, a planta pode causar perdas no rebanho devido à sua toxicidade.

O chumbinho (Lantana camara), também conhecido como camará ou cambará, é uma planta da família Verbenaceae que se adaptou como invasora. Possui grande importância na pecuária extensiva brasileira devido à sua toxicidade, que pode ocasionar grandes perdas no rebanho.

De forma geral, quando presente nas pastagens, o chumbinho não é consumido pelo gado, pois não é palatável, a menos que o pasto seja insuficiente para alimentar os animais, por escassez de alimento ou superlotação.

Ocorre em todo o território brasileiro, principalmente nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do . Além de estar presente nesses estados, o chumbinho é uma planta daninha crítica e de alto prejuízo econômico no estado do Pará e no Maranhão.

Características do chumbinho

O chumbinho é um arbusto perene, de galhos entrelaçados, que forma moitas e que pode atingir mais de dois metros de altura.

É adaptado a sol pleno, tem pouca exigência em fertilidade de solo e floresce o ano todo.

As folhas são ovaladas e ásperas, com cheiro semelhante ao da erva-cidreira.

As inflorescências podem ter até 25 pequenas flores, com cores que variam de acordo com a idade, podendo ser róseas, amarelas, alaranjadas e avermelhadas.

Os frutos redondos, de cor verde-azulada, contêm uma ou duas sementes, e cada planta pode ter milhares de frutos.

A propagação da planta se dá por sementes, que podem ser transportadas por aves, morcegos e outros animais que consomem os frutos maduros.

A planta é reconhecida por suas propriedades alelopáticas, ou seja, de produzir substâncias nocivas a outras plantas, nesse caso devido à presença de compostos fenólicos e lantadeno. Estudos mostraram que o efeito supressivo do chumbinho atinge plantas como: soja, samambaia, trigo, milho, sorgo e azevém.

Toxicidade e sinais clínicos da intoxicação por chumbinho

É importante salientar que Lantana camara é representada por muitas variedades, e nem todas são tóxicas. Além disso, a capacidade de intoxicar não está ligada à cor das flores.

Assim, para que ocorra a intoxicação dos bovinos, são necessários alguns fatores, como a presença da variedade tóxica de Lantana e que a planta exista em abundância, além de os animais estarem com fome e consumirem rapidamente grandes quantidades.

A intoxicação não é comum, mas, quando ocorre, apresenta alto índice de letalidade.

Os princípios tóxicos são os triterpenos (lantadeno A e lantadeno B), presentes nas folhas e frutos verdes, que causam lesão grave no fígado.

Os principais sinais clínicos iniciais são fotossensibilização, ou seja, manchas vermelhas, inchaço e necrose nas partes despigmentadas na pele do animal, como também inquietação, icterícia, urina escura e fezes ressecadas. Em função dos efeitos do chumbinho sobre o sistema gastrointestinal, como diminuição ou parada dos movimentos ruminais, ocorre emagrecimento e diminuição do consumo de alimentos. Tais sintomas podem gerar queda de desempenho e de ganho de peso dos animais.   

Numa segunda fase dos sinais clínicos, o rúmen funciona normalmente, o animal se alimenta bem, as fezes ficam normais, mas há desprendimento de pedaços de pele, com formação de feridas.

A dose letal (ou aguda) para bovinos é de 40g de folhas frescas/kg de peso vivo. A dose de 20g/kg pode causar intoxicação grave. Já a dose crônica (ou subaguda) é de 10g de folhas frescas/kg de peso vivo, fornecidas de 4 a 5 dias consecutivos.

Controle nas pastagens

As sementes do chumbinho podem passar pelo sistema digestivo dos animais sem que percam sua capacidade de germinar (ruminantes, morcegos e pássaros), o que possibilita que a planta, uma vez instalada na pastagem, se disperse e dissemine com mais facilidade. Por isso, é imprescindível o seu controle.

O manejo da taxa de lotação é uma forma de controle, já que a presença do chumbinho está normalmente associada a áreas superpastejadas, além do fato de que o superpastejo pode levar à competição dos animais por forragem, podendo ocasionar a ingestão da planta.

Em infestações pequenas e isoladas, pode ser realizado o arranquio manual da planta com a raiz, preferencialmente antes do florescimento, mas isso exige tempo e custo com mão de obra.

Em infestações mais densas, o tratamento químico é o mais indicado. Produtos como os da linha XT-S da Corteva são indicados nesse caso, para aplicação em área foliar.

A queima e a roçagem não controlam a planta com eficiência, podendo inclusive incentivar o rebrote. Nesse caso, é necessária a aplicação de herbicidas após o controle mecânico.

Considerações finais

Pelo seu potencial de disseminação e de permanência na pastagem o ano todo, o chumbinho precisa ser bem controlado.

Devido às consequências da intoxicação no rebanho, que podem acarretar a queda de desempenho, perdas na qualidade do couro e até a morte de animais, é imprescindível o monitoramento das pastagens, visando o controle efetivo do estabelecimento da planta.

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Referências

Embrapa