Por que os bovinos ruminam?
Conheça a anatomia, a fisiologia e as funções do sistema digestório dos bovinos, responsável por transformar plantas em nutrientes e fornecer energia para os animais.
Conheça a anatomia, a fisiologia e as funções do sistema digestório dos bovinos, responsável por transformar plantas em nutrientes e fornecer energia para os animais.
Por que os bovinos ruminam? Com certeza, você, produtor, já se deparou com os bovinos mastigando por horas e horas e ficou sem entender o objetivo desse comportamento estranho.
Inclusive, os animais ruminam muito mais do que imaginamos, estima-se que eles gastam de 40 a 50% de seu tempo com essa atividade.
Neste texto, explicaremos para você por que os animais ruminam, qual a importância desse processo para o metabolismo dos bovinos e como eles conseguem transformar plantas em energia para o crescimento e a produção de carne.
Em primeiro lugar, bovinos são ruminantes, assim como cabras, carneiros, camelos, veados, girafas, cervos, búfalos, alces etc. E, ser ruminante significa basicamente que os animais têm a capacidade de mastigar e engolir, o mesmo alimento, várias e várias vezes.
Além disso, ruminantes são poligástricos, ou seja, possuem diversos compartimentos gástricos, na linguagem popular, possuem diversos estômagos.
No caso dos bovinos, o estômago tem quatro compartimentos: rúmen, retículo, omaso e abomaso. Vamos detalhar cada um deles ao longo do texto.
A primeira função do trato digestório dos bovinos é exercida pela boca, língua, glândulas salivares e dentes. Eles são responsáveis pela quebra do alimento em partículas menores, necessárias para facilitar o processo de digestão executado pelos microrganismos do rúmen.
É nessa fase que a ruminação se faz importante, pois os bovinos regurgitam os alimentos ingeridos, mastigam novamente e fazem uma nova deglutição até que as partículas fiquem no tamanho ideal.
Aqui, vale destacar que os bovinos só conseguem aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos como a forragem, devido à ruminação e a ação de microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) que habitam o trato digestório, fermentando o alimento.
Para que esse vai e vem da ruminação ocorra, é necessária uma grande produção de saliva e, estima-se que os bovinos produzam de 150 a 200 litros de saliva por dia!
A produção de saliva varia de acordo com o alimento ingerido: no caso de alimentos secos como o feno, por exemplo, há maior produção em comparação com a ingestão de alimentos concentrados.
Contudo, a função da saliva nos ruminantes vai muito além de umidificar o alimento e facilitar a mastigação e deglutição. Através de sua composição química (presença de íons alcalinos), ela ajuda a evitar que o pH do rúmen caia e prejudique o trabalho das bactérias responsáveis pela digestão das proteínas, fibras e carboidratos.
Portanto, após o alimento estar devidamente mastigado e lubrificado, ele é direcionado até os pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso).
O retículo, que pode ser considerado uma bolsa do rúmen, é o principal órgão do processo de ruminação, já que é o responsável pelo armazenamento e pela contração que leva à regurgitação.
Um fato interessante é que as paredes do retículo são semelhantes a um favo de mel. Esse formato faz com que corpos estranhos, como parafusos, por exemplo, fiquem presos e não avancem pelo trato gastrointestinal, o que poderia ferir a parede dos órgãos e evoluir para um quadro de infecção abdominal, que não raramente pode levar o animal à morte.
Já o rúmen, maior dos quatro estômagos, funciona como uma câmara fermentativa dos alimentos ingeridos, que são fermentados pelos microrganismos existentes (os maiores responsáveis pelos processos digestórios dos ruminantes). As partículas fibrosas podem permanecer por até 48 horas no retículo-rúmen dos bovinos, dependendo da composição da flora ruminal e do alimento ingerido.
O omaso, também conhecido por folhoso ou terceiro estômago, tem como principal função a absorção de água, minerais, ácidos graxos voláteis e a redução de partículas alimentares.
Finalizando os estômagos dos ruminantes, por último, temos o abomaso, ou estômago verdadeiro, pois é nessa câmara que são liberadas enzimas (pepsina e pepsinogênio), hormônios (gastrina) e ácidos (ácido clorídrico – HCl) que fazem o processo de digestão, principalmente de gorduras e proteínas.
Por fim, o alimento segue para os intestinos delgado e grosso para que ocorra o processo de absorção dos nutrientes.
Como você pôde perceber, o aparelho digestor dos ruminantes é complexo e também um dos mais eficientes entre todas as espécies de animais, já que conseguem transformar fibras e ureia em nutrientes e, por consequência, em alimentos, como a carne e o leite.
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Autora: Marina Zaia – médica-veterinária