Blog •  24/01/2024

Mulheres na pecuária: o protagonismo de Crislayne Figueredo

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No Maranhão, a pecuarista Crislayne Figueredo faz parte de uma nova geração de mulheres que está deixando seu legado na agropecuária brasileira.

À frente da Fazenda Talismã, em Açailândia (MA), a médica veterinária e pecuarista Crislayne Figuiredo, se une a uma nova geração de mulheres que está deixando seu legado na história da pecuária brasileira. Ela faz parte do grupo As Fazendeiras, iniciativa que tem o objetivo de apoiar e capacitar mulheres para se tornarem gestoras e líderes na pecuária. 

Nesta caminhada, Cris, como é chamada pelos amigos, já enfrentou e venceu muitos desafios, dentro e fora da porteira. Neta e filha de produtores rurais, ela foi criada em uma família totalmente ligada à pecuária. Com a perda do pai, aos 10 anos de idade, se tornou a fiel companheira da mãe, que assumiu sozinha o comando das propriedades até a maioridade dos filhos, quando começou o processo de sucessão. 

“A minha relação com o agro vem de sangue, um amor criado desde criança, com o pai e a filha tocando o gado ou acompanhando o trabalho no curral. E eu fui criada assim. A nossa base sempre foi muito no campo, nos produtos que a gente mesmo produz na fazenda. Meu pai foi a minha maior inspiração. Então, depois que ele faleceu, eu virei a sombra da minha mãe, e cresceu dentro de mim a vontade de administrar, cuidar e de crescer”, conta a pecuarista. 

Hoje Crislayne se divide entre o trabalho na Fazenda Talismã, que atua na cria de fêmeas para reprodução e venda de bezerros, e a administração da propriedade da mãe, ambas em Açailândia (MA). “O diferencial que eu entrego ao mercado é o bezerro do cedo. A minha estação de monta fecha para que eu possa entregar ao produtor esse animal que chega mais rápido ao peso de abate”, diz a pecuarista. 

O bezerro do cedo é aquele gerado pela vaca que emprenha no começo da estação de chuva e maior parte da sua gestação se encaixa na época de oferta de pasto. 

Manejo de pastagem eficiente 

No comando das fazendas, um dos desafios da pecuarista é aumentar a qualidade e a produtividade das áreas de pastagem. Há quatro anos, ela identificou uma área com uma alta prevalência de plantas daninhas, que acabavam ocupando todo o espaço do capim.  

Foi o representante da Corteva Agriscience na região de Imperatriz (MA), Willian Nery, quem instigou Crislayne a experimentar os herbicidas da Linha Pastagem. Ela conta que nunca havia usado os produtos, e se surpreendeu logo no primeiro teste. “Foi um resultado excepcional. Nós tivemos 70% de controle em cima do cipó mucunã, o que deu uma boa folga no pasto para o capim crescer com mais força”, destaca. 

Para controlar a planta daninha, Crislayne foi orientada a utilizar a Tecnologia XT-S, com aplicação por meio da catação e um molhamento bem realizado, que é fundamental para esse tipo de planta. A catação, ou aplicação planta a planta, é a aplicação foliar localizada de herbicidas para pastagens.

“O principal diferencial dos herbicidas da Corteva é a forma de atuação. Há anos que as fazendas usam os mesmos princípios ativos, que vivem brigando com as plantas, e elas cada vez mais estão pegando resistência. Então, em parceria com o pessoal da Corteva, estamos traçando planos e metas em cima das plantas daninhas mais frequentes que eu tenho na propriedade.” 

Segundo Nery, de 120 a 150 dias após a aplicação do herbicida, a planta daninha já estava completamente seca. O herbicida efetivou o controle agindo nos feixes vasculares, acabando com a possibilidade de rebrota. “Isso tem muito a ver com o que precisamos fazer na pecuária, que é a sustentabilidade. Para aumentar a produtividade, não é preciso abrir mais áreas, nem ter um investimento gigante em reforma de pastagem ou em abertura. Basta ter cuidado com as áreas já implementadas”, afirma o representante da Corteva Agriscience. 

Atualmente, Crislayne utiliza os herbicidas DominumXT®-S e o TordonUltra™-S, sempre procurando otimizar as atividades em relação ao manejo de daninhas com um planejamento prévio. “Eu separo os pastos que vou trabalhar durante o inverno e já vou analisando, juntamente com o técnico, quais são as daninhas em cada área, para estipular como vai ser o manejo, se vou fazer uma aplicação via drone, se vai ser tratorizada ou se vai ser mesmo localizada.”

 

Crislayne Figueiredo comanda a Fazenda Talismã, em Açailândia (MA)

Grupo As Fazendeiras 

O convite para fazer parte do grupo As Fazendeiras veio da pecuarista Leda Resende. Quando o grupo foi criado, as fundadoras foram em busca de mulheres que trabalhavam com a pecuária para fazer parte do projeto. O primeiro encontro com o grupo aconteceu na Exposição Agropecuária de Imperatriz, a Expoimp. 

Para a pecuarista, o mais interessante das realizações junto ao grupo é o apoio mútuo de mulheres, especialmente para aquelas que estão em processo de sucessão, seja ainda em vida ou após a morte do pai ou do marido. “Sempre temos pessoas novas no grupo. E esse apoio dá muita força para a mulher, que está tão fragilizada, e diante do mercado, que ainda hoje é preconceituoso. Então nós, mulheres, estamos unidas e uma ajudando a outra”, afirma. 

Mulheres no agronegócio 

Crislayne acredita que a mulher tem um grande valor na pecuária, embora esta valorização ainda seja recente. “Antigamente não era assim, a pessoa olhava para mim e dizia: ‘Ah, essa menina, pode fazer o quê?’ Hoje a mulher tem seu papel, tem o seu espaço. E nós podemos mostrar no nosso trabalho. Eu fico muito feliz e satisfeita, e agradeço muito também à Corteva, de todo o coração, pela parceria e trabalho realizado aqui.”

Como cliente da Corteva Agriscience, Crislayne foi convidada a participar da Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio (ALMA), capacitação que estimula a formação de futuras líderes e que tem o propósito de acelerar o desenvolvimento de mulheres que atuam no setor. Ela elogiou a qualidade do projeto e a grade diversificada de aulas.

“Esse curso teve muito impacto na minha cadeia de informação. Nós tivemos aulas da parte social, política, gestão, o que veio a agregar muita informação. Também foi muito inovadora a experiência de levar um projeto adiante. Quando estivemos em São Paulo para finalizar o ALMA, vimos o quão grande é o projeto e o quão iluminado é juntar, unir forças das mulheres e mostrar a força da mulher perante também o agronegócio.”

A ALMA foi criada em 2018, em uma parceria entre a Corteva Agriscience, a Fia Business School e a Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG).