Blog •  27/02/2025

Queimadas: saiba como a fazenda que perdeu mil hectares está se recuperando

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Entenda como a Fazenda Sape enfrentou o incêndio em mais de mil hectares e como está a recuperação das pastagens afetadas.

Um dos maiores desafios enfrentados pela pecuária no Brasil em 2024 foi a grande incidência de queimadas em diversas regiões do país. Segundo levantamento do Monitor do Fogo do MapBiomas, de janeiro e outubro a área queimada no Brasil chegou a 27,5 milhões de hectares, sendo que 20,8% deste total corresponde a áreas de pastagens. 

Três estados concentram a maior parte das áreas queimadas: Mato Grosso, Pará e Tocantins. A Fazenda Sape, em Conquista do Oeste (MT) foi uma das propriedades rurais que mais sentiu o poder destrutivo do fogo, que chegou à região em agosto de 2024.  A propriedade faz divisa com a BR-174. Do outro lado da rodovia está a Serra do Patrimônio. 

Segundo o gerente da fazenda, Luiz Carlos Garcia, focos de incêndio são comuns na região, especialmente nas margens da rodovia. “Como nossa seca é prolongada, quase todos os anos temos o problema de fogo, mas estamos sempre atentos às divisas, prontos e com água, para manter tudo sob controle”. 

No entanto, em 2024 as queimadas tomaram uma proporção maior, causando problemas mais sérios. “Esse ano nós tivemos um caso atípico, um negócio muito ruim, muito forte. Nossa área queimou bastante”.  

Garcia lembra que o incêndio começou debaixo de uma rede de alta tensão que cruza a BR-174, no dia 22 de agosto.  Os fios se romperam e caíram em cima da matéria seca. Logo o fogo se alastrou e alcançou a serra. Eram 10 horas da manhã, quando Garcia e sua equipe começaram a correr para tentar segurar o fogo.  

“Na primeira leva nós conseguimos apagar a parte da beira da rodovia, no sentido do rio. Dessa vez o fogo não chegou a alcançar a fazenda. Só que a pastagem estava alta, a massa seca estava muito grande”. 

Em um dia e meio, o fogo consumiu cerca de mil hectares da propriedade

Batalha incessante contra o fogo 

Uma semana depois, o fogo voltou e dessa vez cruzou a rodovia, com a ajuda do vento forte, que atingiu cerca de 60 quilômetros por hora. A batalha recomeçou, exigindo um sacrifício ainda maior do gerente, que liderou o grupo de 16 pessoas no combate às chamas, com a ajuda essencial da equipe do Corpo de Bombeiros. 

“Foi tudo muito rápido. O fogo esparramou, e veio fogo, fogo e mais fogo. Parecia que brotava fogo do chão. Ele avançava 50, 100 metros, coisa que eu nunca tinha visto na minha vida. A gente dormia uma hora da manhã, e às cinco horas já estava correndo de novo. O fogo e a fumaça eram violentos. Foi um momento difícil. Infelizmente não conseguimos segurar, e estamos sofrendo com isso até agora”.

Em um dia e meio, o fogo queimou tudo que havia à frente, consumindo cerca de mil hectares da propriedade. O incêndio também chegou bem próximo à casa da fazenda, mas não chegou a alcançar o imóvel. A boa notícia é que nenhuma pessoa ficou ferida, e os animais foram preservados, devido à ação rápida do gerente, que ordenou, pelo rádio, que as cercas e arames fossem cortados. 

“Graças a Deus, nós não perdemos nenhum animal, a não ser dois animais que tiveram uma queimadura no casco, mas cuidamos e curamos. O gado perdeu peso, sofreu um pouquinho, mas nós tratamos muito, compramos comida, trabalhamos duro para isso. Claro que não é a mesma coisa que o capim, mas a gente não deixou eles sofrerem. ”

Garcia liderou os funcionários no combate às chamas, com a ajuda do Corpo de Bombeiros

Parceria para o controle de plantas daninhas 

Garcia é administrador de empresas e gerencia a Fazenda Sape há 10 anos, onde assumiu o lugar do pai. Ele conta que a propriedade já chegou a ter 46 mil hectares. Hoje, tem 5 mil hectares e segue com a mesma quantidade de rebanho, com 1.650 hectares de pasto e o restante de reserva legal. Ali, ele trabalha com cria, recria e engorda de gado em pastejo extensivo

“Nós pegamos uma fazenda que estava bastante debilitada, suja, e fizemos o melhoramento dela. O pasto começou do zero, praticamente. Recebi bastante apoio e nós limpamos tudo. Também implantamos o sistema de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).” 

Na Região Centro-Oeste, um dos maiores desafios dos pecuaristas é combater o capim-marandu, o “braquiarão”. Para limpar a fazenda e combater as plantas daninhas de forma eficiente, Garcia conta com a parceria da Corteva Agriscience. 

“Minha família tem uma confiança muito grande na Casa do Produtor. É uma relação muito boa não só de amizade, mas de comércio. E como a Casa do Produtor é parceira da Corteva aqui na região, nós conhecemos a marca.” 

Atendimento técnico e eficiência 

O gerente da Fazenda Sape destaca como diferencial o atendimento recebido pelo representante da Corteva em Pontes Lacerda (MT), que há anos acompanha o desempenho da pastagem na fazenda. 

“A Corteva está comigo desde quando eu estava com a fazenda muito suja. São muito parceiros, estão sempre dando assistência. Quando você vê que tem alguém que não está ali só para te vender, te empurrar um produto, isso te dá confiança. Eles visam te atender, e deixa você tomar as suas decisões. Eu gosto que eles vão à fazenda, que olhem e ande por lá. E isso acaba trazendo a parte boa do negócio”, salienta. 

Um dos produtos da Linha Pastagem utilizados por Garcia é o TordonUltra™-S, conhecido por ser um herbicida poderoso e eficaz na eliminação de plantas daninhas problemáticas. Sua fórmula avançada é formulada para controlar uma ampla variedade de plantas daninhas.  Além do TordonUltra™-S, a Corteva oferece um portfólio de herbicidas que limpam o pasto, restaurando a produtividade e permitindo uma produção de mais arroba por hectare.

Resiliência para recomeçar 

Alguns meses depois do incêndio, a propriedade está se recuperando bem. As chuvas que caíram com a chegada da estação das águas seguraram o avanço do fogo, e trouxeram novo ânimo para os pecuaristas da região. O pasto já está verde de novo, mas exige maior atenção no manejo do solo. 

“Agora é hora de limpeza. Porque junto com o capim vem a planta daninha. Infelizmente você libera espaço para a planta daninha subir. Então, temos que fazer um controle mais intensivo nessa época.” 

O pecuarista acredita que, se as chuvas ajudarem, tudo estará normalizado no início de 2025. Depois de enfrentar um ano difícil e repleto de desafios em 2024, Garcia pretende continuar investindo na manutenção e limpeza da fazenda, mas projeta um crescimento na produção.  

“Planejamos aumentar um pouco nosso curral de confinamento e aumentar a produção. E assim vamos continuar a nossa batalha do dia a dia”, afirma Garcia.