Blog •  26/04/2019

Subprodutos do etanol de milho como fonte de proteína mais barata

Autora:  Letícia Vecchi – Zootecnista
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Subprodutos do etanol de milho como fonte de proteína mais barata

O DDG e WDG resultantes da produção de etanol de milho são alternativas ao farelo de soja na alimentação de bovinos. Saiba por quê.

Desde 2012, quando foi inaugurada a primeira usina de processamento do grão para a produção de etanol no país, essa indústria vem ganhando força.

A produção de etanol de milho é vista estrategicamente pela indústria alcooleira, pois usinas flex podem trabalhar durante a entressafra da cana-de-açúcar e consumir o excedente de produção do milho. Para o produtor de milho, essa possibilidade de escoamento da produção deverá minimizar a redução de preços na época da colheita.

As usinas, por sua vez, poderão vender subprodutos produzidos durante o processo, como o DDG (grão de destilaria seco) e o WDG (grão de destilaria úmido), consumidos na alimentação de bovinos, suínos e aves (IEA, 2018).

Goiás e Mato Grosso são os únicos estados nos quais é produzido o etanol de milho.

Segundo a União Nacional de Etanol de Milho (Unem), existem 15 projetos de usinas em construção e sendo licenciados, a maioria no Mato Grosso e alguns em Goiás. A previsão é que mais três destilarias sejam inauguradas entre 2019 e 2020, sendo duas no Mato Grosso (Sinop e Sorriso) e uma em Chapadão do Céu, Goiás.

Ainda segundo a Unem, a estimativa de produção de etanol de milho para 2018 (os dados ainda não foram consolidados) é de 600 a 700 milhões de litros. A expectativa é que, em cinco anos, a produção seja de 3,0 a 3,5 bilhões de litros.

Etanol de milho x etanol de cana

A produção de etanol de milho possui algumas particularidades quando comparada à produção a partir da cana-de-açúcar.

No caso do milho, é preciso utilizar enzimas para facilitar a quebra das grandes moléculas de amido e, por isso, são necessárias mais etapas até o produto final. Consequentemente, o custo de produção do etanol de milho é maior que o da cana, de R$ 1,23 ante a R$ 1,13 por litro em 2018, segundo o Instituo de Economia Agrícola (IEA).

Outras vantagens englobam a produção de etanol de milho:

  • Enquanto uma tonelada de cana-de-açúcar pode gerar em torno de 70 a 85 litros de etanol, uma tonelada de milho produz cerca de 400 litros.
  • Os grãos de milho podem ser armazenados, minimizando os efeitos da entressafra da cana no fornecimento do biocombustível em âmbito nacional.
  • As usinas obtêm renda adicional dos subprodutos gerados na produção de etanol, como o óleo bruto e os grãos de destilaria (DDG e WDG), de alto valor agregado. O rendimento médio é 380 kg de DDG para cada tonelada de milho.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, o DDG é comercializado entre R$ 400,00 e R$ 650,00 por tonelada, sem o frete. A variação é em função do valor nutricional (proteínas e fibras), que no caso da proteína pode variar de 25% a 32%.

Já o WDG possui valor de mercado mais baixo, devido à concentração de água no produto. A cotação varia de R$ 130,00 a R$ 200,00 a tonelada, sem o frete.  

Utilização dos grãos de destilaria na alimentação de bovinos

Como mencionamos anteriormente, o DDG e o WDG são resíduos da produção do etanol de milho e podem ser utilizados como fonte de energia e proteína para bovinos, dependendo dos níveis de inclusão.

A composição dos grãos de destilaria, como também são conhecidos, varia muito, e na literatura são encontrados diversos teores de nutrientes na sua composição.

Em linhas gerais, o WDG pode apresentar, em média, 30% de MS (matéria seca), 10% de EE (extrato etéreo), 40% de FDN (fibra em detergente neutro) e 32% de PB (proteína bruta). As concentrações de proteína, gordura, fibra e P (fósforo) são três vezes maiores nos grãos de destilaria em comparação com o milho, de acordo com um trabalho de KLOPFENSTEIN et al 2008.

Já o DDG pode apresentar de 88% a 90% no conteúdo de MS, 25% a 32% de PB, 43% a 53% de PDR (proteína degradável no rúmen), 47% a 57% de PNDR (proteína não degradável no rúmen), 39% a 45% de FDN, 8,8% a 12,4% de lipídios e 85% a 90% de NDT (nutrientes digestíveis totais), segundo TJARDES & WRIGHT (2002).

Além disso, o subproduto também é boa fonte de energia proveniente dos lipídios e pode substituir parte do milho utilizado na ração dos animais, minimizando problemas com acidose (doença metabólica causada pela ingestão de grãos ou outros alimentos altamente fermentáveis em grandes quantidades) nos confinamentos.

O nível de inclusão nas dietas é muito estudado e na literatura podem ser encontrados que níveis acima de 30% não são recomendados, devido à diminuição drástica do consumo de matéria seca pelos animais, comprometendo o ganho de peso médio diário.

Expectativas positivas

Os grãos de destilaria como fonte de alimentos para os bovinos são uma excelente estratégia para diminuição de custos no confinamento, visto que podem substituir o milho e a soja.

Seus preços podem variar de 31,8% a 63,6% em relação à soja (farelo), segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria.

Para 2019, a maior produção de milho prevista no Brasil é um fator que deverá manter os preços do cereal em patamares mais baixos em relação a 2018. Dessa forma, a produção de etanol a partir do cereal deverá ser viável.

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