Blog •  06/06/2019

Manejo e conservação do solo no Nordeste do Brasil

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O período de estiagem é um dos principais desafios enfrentados pela agropecuária na região. Conheça também outras características do solo.

 

O manejo e a conservação do solo no Nordeste brasileiro têm uma dinâmica diferente da que é realizada no restante do país. De março a julho, é a temporada mais chuvosa da região, e em diversas áreas começa-se o preparo do solo, já que esse período é curto. O desafio está em encontrar alternativas para aproveitar ao máximo essa época de chuva. Compartilhamos neste conteúdo algumas dicas para os pecuaristas da região. Confira!

Conservação do solo­­­

Nesse período chuvoso, todas as culturas têm a função primária de proteção do solo e da fauna contra a ação da insolação e demais causas de degradação e erosão. Em qualquer sistema de produção agrícola com rotação de culturas ou de integração entre agricultura e pecuária, essa deve ser uma das premissas básicas de sustentabilidade. Muitos produtores utilizam plantas forrageiras exclusivamente destinadas à cobertura do solo, principalmente, durante o período de seca. Elas também servem para aumentar o teor de matéria orgânica, considerando algumas tecnologias do plantio a ser realizado.

O pesquisador de Manejo e Conservação do Solo e da Água da Embrapa Recife, André Júlio do Amaral, defende o uso de premissas do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, conhecido como Plano ABC, que integra sete programas referentes às tecnologias de diminuição de impactos e de ações de adaptação às mudanças climáticas. São eles: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais; e Adaptação às Mudanças Climáticas.­­

Esses sistemas de produção requerem cuidados na sua implantação, mas, depois de estabelecidos, seus benefícios se estendem não apenas ao solo, mas também aos rendimentos das culturas, promovem maior competitividade aos sistemas agropecuários, otimizam e intensificam a ciclagem de nutrientes no solo, melhoram a qualidade e a conservação das características produtivas da terra, conservam a biodiversidade e a sustentabilidade da agropecuária e melhoram o bem-estar animal em decorrência do conforto térmico.

As vegetações mais utilizadas nesses sistemas de produção são as plantas mais resistentes à seca, como o capim buffel que serve de alimento para os rebanhos e, é de fácil adaptação às adversidades climáticas. Já a palma forrageira mantém sua capacidade produtiva, mesmo após longos períodos de estiagem, constituindo-se em um componente fundamental para a sustentabilidade de importantes bacias leiteiras nordestinas. Além disso, indica-se também a leucena, uma leguminosa perene, com grande utilidade na alimentação de suínos, bovinos e caprinos. Sua resistência à seca é de grande importância para a alimentação de animais no Brasil.

Controle preventivo

Existem algumas plantas que são resistentes à seca e que invadem as plantações e áreas de pastagens – elas exigem uma prática de controle diferenciado. Esses controles servem para a prevenção e preservação do solo. São eles: preventivos mecânicos ou físicos, químicos e de integração de métodos.

O controle preventivo consiste no uso de práticas que previnem a introdução e a disseminação de determinadas espécies daninhas em áreas ainda não infestadas. “A prática do controle mecânico mais utilizado é a roçada, podendo ser manual ou mecânica. Vale ressaltar que a prática de roçar aliada ao manejo inadequado da forragem proporciona aumento da infestação. Além disso, o controle mecânico de forma isolada não é suficiente”, destaca André.

O controle químico consiste na aplicação de herbicidas, observando se o herbicida a ser aplicado permite à forrageira o seu desenvolvimento fenológico normal. Em casos mais sérios de infestação, é interessante realizar uma integração de métodos, aliando dois ou mais métodos de controle para manejo de plantas daninhas. A interação mais positiva tem ocorrido com os métodos mecânico e químico.

 

“A prática de roçar aliada ao manejo inadequado da forragem proporciona aumento da infestação. Além disso, o controle mecânico de forma isolada não é suficiente.”

 

Segundo o pesquisador, o caminho da agricultura e da pecuária está nos sistemas integrados de produção. “A nova ordem da agropecuária nacional é ter sistemas de integração para potencializar, aumentar a produtividade e a eficiência dos processos”, acredita ele.

Sua propriedade é do Nordeste? Esperamos ter ajudado a enfrentar os desafios climáticos da sua região. Continue acompanhando nossas publicações, pois sempre temos dicas para você aumentar sua produtividade. 

Solução em herbicida para pastagem

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