Blog •  27/11/2018

Como controlar as plantas daninhas em pastagens

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Como controlar as plantas daninhas em pastagens

O fato que se observa em campo é que, na maioria das vezes, produtores e técnicos negligenciam muitas etapas e seus procedimentos-padrão, ou seja, pecam pelo óbvio.

A infestação das plantas daninhas ocorre dependendo do sistema de produção adotado, e diversos fatores influenciam na dinâmica de como a escolha da gramínea forrageira se adapta às condições de clima e solo; fertilidade do solo; pressão de pastejo e o método de controle das plantas daninhas adotado.

Quando começamos a identificar a presença de plantas daninhas nas áreas de pastagem, competindo com a planta forrageira, diminuindo seu sistema produtivo, um sinal de alerta vermelho deve piscar, porque é um indicador de que o pasto está entrando em algum estágio de degradação, demonstrando que o sistema de manejo está errado.

A partir do período das chuvas, a atenção deve ser redobrada, seja na formação, renovação, recuperação ou manutenção da pastagem.

As principais plantas daninhas que ocorrem nas pastagens no Brasil, de um modo geral, são constituídas por plantas dicotiledôneas herbáceas, semiarbustivas e arbustivas. A grande maioria são plantas perenes que possuem estruturas de reprodução vegetativa, e rebrotam com o corte mecânico. Algumas gramíneas, também não desejadas no ecossistema das pastagens, apresentam problemas na produtividade.

Plantas daninhas: pasto em Minas Gerais.

Atualmente, as plantas de capim-navalha (Paspaluns virgatum L.) no bioma Amazônico, capim-capeta (Sporobolus indicus L.) no bioma Amazônico, Cerrado e Mata Atlântica, e o capim-annoni (Eragrostis plana Nees) no Sul do Brasil têm causado sérios danos à produtividade. O controle dessas plantas é dificultado, uma vez que há poucas opções de compostos capazes de controlar as plantas invasoras sem que elas causem danos às pastagens.

A interferência das plantas daninhas nas pastagens ocorre por competição e alelopatia. A competição ocorre pelos fatores essenciais de crescimento como água, luz e nutrientes, e a alelopatia, pela liberação no ambiente de aleloquímicos que interferem na planta forrageira.

Cabe salientar, que plantas daninhas arbóreas ou arbustivas podem sombrear maior área sobre as pastagens. Uma vez que a maioria das forrageiras necessitam de luz para o seu pleno desenvolvimento, esse sombreamento pode prejudicar a produção de biomassa e a cobertura do solo.

Diante disso, fica clara a importância do manejo correto das plantas daninhas, principalmente, em épocas de maior precipitação, pois estas terão seu crescimento favorecido.

Manejo de controle de plantas daninhas

Para o controle adequado de plantas infestantes, em qualquer sistema de cultivo, é necessário realizar o manejo integrado e sempre que possível, associando estratégias de prevenção, controle cultural, mecânico, biológico, além do químico.  Uma estratégia importante de manejo das plantas daninhas é permitir à planta forrageira se estabelecer primeiro, ocupando o solo (controle cultural), o que reduzirá significativamente o crescimento das plantas infestantes.

Portanto, quando se observa na prática a infestação das plantas daninhas, pode-se afirmar que o decréscimo da produção de forragem é proporcional à infestação das plantas daninhas, ou seja, a quantidade de matéria seca das plantas daninhas que ocorre no pasto diminui a mesma quantidade de matéria seca da gramínea forrageira.

Na implantação das pastagens, ocorre a germinação das plantas daninhas que estão no banco de sementes juntamente com as plantas forrageiras. Esse banco de sementes é bastante expressivo, dependendo do sistema. Na tabela 1, alguns dados de sementes de plantas daninhas na camada superficial do solo em diferentes sistemas na Inglaterra.

Tabela 1
Número de sementes de plantas daninhas na camada superficial do solo (15 cm) diferentes habitats.

Número de sementes de plantas daninhas na camada superficial do solo (15 cm) diferentes habitats.

Na implantação da pastagem, esse período crítico de prevenção da interferência ocorre de 15 a 60 dias após a emergência, dependendo de diversos fatores. Daí a importância de realizar o controle cultural, permitindo que a planta forrageira ocupe a superfície do solo, evitando fluxos de emergência das plantas daninhas.

No entanto, na formação, renovação ou reforma das pastagens, é importante um período inicial das chuvas para permitir que ocorra a emergência das daninhas para que elas tenham superfície foliar adequada, caso seja utilizado o controle químico. As plantas daninhas devem estar em crescimento ativo e com área foliar suficiente para absorver e translocar o herbicida, principalmente, quando são originados de rebrotes de plantas perenes.

Portanto, o manejo das plantas daninhas deve ser feito com critérios técnicos para que seja tomada a decisão sobre o momento do primeiro pastejo. Importante lembrar que, após a implantação da pastagem, é necessário respeitar a altura de pastejo de acordo com a forrageira plantada, para evitar que o solo fique descoberto e assim apareçam novos fluxos de plantas infestantes.

Na manutenção das pastagens, no início das primeiras chuvas, atenção deve ser dada ao nível de infestação para a adoção do método de controle. As opções principais são o controle químico e o controle mecânico.

Controle mecânico x controle químico

Caso seja decidido o controle mecânico, deve-se escolher o equipamento adequado levando-se em conta que esse não é seletivo e vai cortar a planta forrageira, ou realizar manualmente (roçagem). Atualmente, esses métodos são utilizados em 22% das áreas de pastagem no Brasil, contribuindo significativamente para o aumento das áreas de degradação das pastagens.

Deve-se evitar o corte da gramínea forrageira, realizando o pastejo antes da operação. Outro ponto importante, é lembrar que a maioria dos arbustos das pastagens são plantas perenes e rebrotam quando cortadas.

Caso a decisão seja pelo controle químico, nas primeiras chuvas, deve-se aguardar que as plantas daninhas tenham superfície foliar adequada e estejam em pleno vigor vegetativo para absorver e translocar o herbicida, caso a decisão seja pelo controle químico.

Na tabela 2, pode-se verificar o efeito dos métodos químicos (aplicação no toco) e controle manual (roçagem) realizado em pastagens de capim-colonião (Panicum maximum Jacq) na região Amazônica.

Tabela 2
Porcentagem média de infestação de plantas daninhas (juquira) nos tratamentos*, roçado e com herbicida aplicado no toco.

Fonte: Pará, 1986.

Conclusões

O manejo sustentável de plantas daninhas nas pastagens deve ser realizado conhecendo a biologia das plantas daninhas e como elas estão adaptadas ao ecossistema das pastagens. Ressaltando que sempre que possível, deve-se adotar o manejo integrado com as opções principais de prevenção, controle mecânico e controle químico.

Convém lembrar que o aparecimento de plantas daninhas nas pastagens não é a causa da degradação, mas sim a consequência de pastos mal manejados. O herbicida é uma ferramenta útil desde que utilizado sempre em associação com outros métodos de controle disponíveis, procurando-se favorecer a planta forrageira na luta pela ocupação do espaço no agroecossistema.

Autores:
Ricardo Victoria Filho
. Engenheiro agrônomo, possui mestrado e doutorado em Agronomia, Pós-Doutorado na Universidade de Oregon (1978) e na Universidade da Califórnia (1980). É professor titular do departamento de produção vegetal da ESALQ da Universidade de São Paulo e coordenador do curso de Engenharia Agronômica da ESALQ/USP.

Alcino Ladeira Neto
. Engenheiro agrônomo e pesquisador da Corteva Agriscience (divisão agrícola da DowDupont).

Fabrícia Cristina dos Reis
. Doutora e Mestre em Ciências (Fitotecnia) pela Universidade de São Paulo (ESALQ). Formada em Engenharia Agronômica pela UFSCar. Pesquisadora na área da Ciência das Plantas Daninhas e, atualmente, pós-doutoranda no Centro de Energia Nuclear na Agricultura.

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