Precificação do boi gordo e venda pelo peso vivo ou carcaça
O rendimento do boi gordo pode ou não ser negociado, mas sua importância existe nas duas formas de comercialização.
O rendimento do boi gordo pode ou não ser negociado, mas sua importância existe nas duas formas de comercialização.
O lucro de uma fazenda é obtido por uma conta, que deriva de diversas outras, mas culmina em subtrair os custos da receita, para chegar ao resultado e a precificação adequada. Se o resultado foi positivo, é lucro. Se for negativo, temos prejuízo. De forma resumida, essa é a lógica da atividade pecuária. Em um sistema de venda do boi gordo para abate, toda a receita está sujeita às variáveis negociadas ou escolhidas na hora da venda, incluindo o preço.
Após um ciclo de produção, chega a hora de vender a boiada, o que traz algumas possibilidades ao produtor, como com qual frigorífico negociar, se vai vender para uma ou mais empresas, à vista ou a prazo, no rendimento da indústria ou no peso vivo e por aí vai. A seguir, você confere as formas de negociação no mercado do boi gordo, com a apresentação de alguns exemplos práticos.
Rendimento de carcaça é a relação entre o peso da carcaça produzida e o peso vivo do animal expresso em porcentagem. Diversos fatores afetam esse índice, como período de jejum* dos animais (o que altera a quantidade de conteúdo gástrico), quantidade de água ingerida, tempo e distância de transporte, raça, peso, o próprio processo industrial (limpeza da carcaça), entre outros.
A forma mais comum de negociação é pelo peso da carcaça. Ou seja, as carcaças são limpas e pesadas ao final da linha de abate, e o peso é convertido em arrobas (unidade de 15 kg). Dessa forma, temos a quantidade de arrobas, que vai gerar o valor pago pelo bovino.
Por exemplo, um bovino com peso vivo de 500 kg, que gerou uma carcaça de 250 kg teve rendimento de 50% (250 kg/500 kg). Esses 250 kg de carcaça, por sua vez, equivalem a 16,7@. Se a negociação com o frigorífico foi de R$ 156,00/@, por exemplo, o valor pago pelo bovino será de R$ 2,6 mil.
Uma outra forma de negociação, em geral menos comum, é a venda no peso vivo, com preço e rendimento sobre o peso vivo, acordados entre pecuarista e frigorífico.
Assim, esses bovinos são pesados na fazenda, em condições combinadas (horário e período de jejum, por exemplo) e sobre o peso vivo é calculado o peso de carcaça.
Por exemplo, se o acordo foi de 52% de rendimento e o animal pesa 500 kg, o preço vai ser o de uma carcaça de 260 kg (52% x 500), o que equivale a 17,3@. Nessa situação, caso a arroba seja negociada nos mesmos patamares do primeiro exemplo, ou seja, por R$ 156,00, o pecuarista irá receber R$ 2,7 mil por animal.
Rendimentos de machos variam de 52% a 56%, em geral. Aqui temos um ponto importante, porque, ao negociar no peso vivo, o produtor deve dar a mesma importância ao preço e ao rendimento.
Para ilustrar, veja essa comparação do valor recebido por um produtor que negociou o rendimento e fechou o negócio em R$ 156,00/@. Confira o valor recebido e a quantidade de arrobas que seriam obtidos em cada rendimento:
Figura 1. Quantidade de arrobas e valor recebido pelo produtor em uma venda por R$ 156,00/@.
Fonte: Scot Consultoria
Perceba que partindo de 52% para 54%, a quantidade de arrobas no cálculo da remuneração passa de 18 para 18,7, um acréscimo de 3,8%, o mesmo aumento da receita por boi, que passa de R$ 2,81 mil para R$ 2,92 mil.
O rendimento de carcaça é tão importante quanto o preço por arroba. Neste artigo, foi utilizado o rendimento com um exemplo de venda no peso vivo, mas na negociação para pesagem na indústria, o efeito do rendimento é o mesmo sobre a receita, com a diferença que não é negociado, é obtido pelo processo industrial. Isso significa que o rendimento é apurado após a retirada das vísceras (limpeza), ou seja, depende da qualidade do animal e está ligado às questões genéticas e de manejo.
Esse também é um ponto que o produtor deve acompanhar, avaliando ao longo do tempo quais frigoríficos costumam gerar melhores rendimentos de carcaça, assim como quais rendimentos, em geral, o gado produzido no seu sistema possui.
*Jejum e curral de espera nos frigoríficos: de acordo com a legislação brasileira, chegando ao frigorífico os bovinos devem permanecer em descanso, com jejum de sólidos e dieta hídrica à vontade nos currais de espera por um período mínimo de 6 a 24 horas, dependendo do tempo de transporte. Esse período é o tempo necessário para que se recuperem do estresse gerado pelo deslocamento da propriedade rural até o estabelecimento de abate. O descanso tem como objetivo reduzir o conteúdo gástrico, a fim de facilitar a evisceração da carcaça, permitir a hidratação e possibilitar a recomposição das frequências cardíaca e respiratória.
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