Sanidade em bovinos de corte: custo baixo, risco alto
O pequeno peso da sanidade no custo de produção não deve ser confundido com a sua importância para o sistema.
O pequeno peso da sanidade no custo de produção não deve ser confundido com a sua importância para o sistema.
Muitas vezes, o tema sanidade em bovinos de corte é relativamente negligenciado nos sistemas de produção. O interessante é que isso ocorre mesmo com a pequena participação do item no custo de produção, que varia entre 1% e 3%, na maior parte dos casos.
Quando falamos de sanidade, estamos nos referindo aos custos com vermífugos, carrapaticidas, endectocidas (categoria de produtos que atuam em parasitas internos e externos), vacinas, dentre outros itens usados conforme a necessidade de tratamento dos animais, como antibióticos e anti-inflamatórios.
Ao analisar o retorno do investimento em alimentação do rebanho, por exemplo, o pecuarista confronta a conta da suplementação com os ganhos a mais obtidos pelo rebanho. Com isso, o custo-benefício é algo mais palpável.
Se a análise é feita para o investimento em pastagem, a lotação também é avaliada de maneira direta. Por exemplo, o pasto recuperado ou reformado ganha a capacidade de alojar mais um ou dois animais por hectare.
No caso da sanidade, a análise é menos clara, uma vez que nem sempre esse grupo gera ganhos adicionais diretos. Vacinas, por exemplo, protegem contra doenças, que geram impactos importantes quando ocorrem. Devem ser vistas como um seguro, com custo menor, frente a um sinistro (emprestando o termo de seguradoras) com custo maior.
Para ilustrar o impacto que um descuido com sanidade pode ter, vamos usar a imunização contra botulismo, que pode ser feita por meio de uma vacina contra clostridioses, que protege também contra outras enfermidades.
Para as contas, consideramos a média das cotações do boi magro e do bezerro em todos os estados pesquisados pela Scot Consultoria, de janeiro ao início de maio de 2019. Esses valores médios ficaram em R$ 1,81 mil por cabeça para o boi magro e de R$ 1,32 mil para o bezerro de doze meses.
O custo médio da dose de uma vacina contra clostridioses, que protege, entre outras doenças, contra o botulismo, está em R$ 0,96/cabeça. Esse é o custo anual com o produto.
No caso da primeira vacinação, em bezerros, há a necessidade de fazer uma dose extra (conhecida como reforço). Com isso, consideramos duas doses para a categoria (R$ 1,92/cabeça).
Ou seja, o valor de mercado de um boi magro (R$ 1,81 mil) equivale ao custo com vacinas para 1,89 mil bovinos. No caso dos bezerros (preço médio de R$ 1,32 mil), um bovino equivale ao custo de imunização de 689 cabeças (com duas doses por bovino).
Continuando com o exemplo do botulismo, essa é uma doença em que os bovinos se contaminam pela ingestão da toxina, que pode ocorrer pela água, pelos alimentos ou mesmo pelo consumo de ossos, em sistemas que não eliminam corretamente as carcaças de bovinos mortos. Animais com suplementação mineralizada deficiente podem exibir tal comportamento (consumir ossos), o que é chamado de osteofagia.
Quando ocorrem, as mortalidades em surtos de botulismo têm grande variação, podendo oscilar, em alguns casos, em um lote, a mais da metade dos animais.
A figura 1 mostra o valor de mercado dos bovinos mortos em diferentes gravidades de surtos para um lote de mil bois magros. Por exemplo, se a mortalidade for de 1%, morreriam 10 animais, o que equivale a R$ 18,1 mil.
Figura 1
Valor total de mercado dos bovinos mortos em diferentes mortalidades, em um lote de mil bois magros.
Em casos de mortalidade de 30%, o impacto seria de R$ 544,0 mil, com a morte de 300 bovinos. Perceba que o custo da vacina, que minimiza o risco da doença, ficaria em R$ 960,00 por ano para o lote todo.
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No exemplo, uma mortalidade de 1% já geraria prejuízo equivalente à vacinação de 18,9 mil animais, lembrando que o lote do exemplo era de apenas mil cabeças.
A sanidade é fundamental para a manutenção dos resultados da fazenda. Mesmo com peso pequeno no custo total, sua importância é grande, não apenas por situações de mortalidade, mas também por queda de desempenho de animais doentes.
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